Ciência
TSF, 19/10/2005

Gulbenkian abre doutoramento em Biologia Computacional

11 de novembro, 2005

O doutoramento em biologia computacional do Instituto de Ciência Gulbenkian, reúne pela primeira vez licenciados de várias áreas, da matemática, à biologia, química e física, colmatando uma falha na investigação nesta área em Portugal.

O director do programa de doutoramento, Jorge Carneiro, afirmou que vai permitir desenvolver investigação que futuramente terá implicações na medicina, nomeadamente em diagnósticos, mas frisou que ainda é cedo para saber quais vão ser as implicações práticas a médio prazo porque tudo depende do sucesso da investigação.

Frisou, no entanto, que é necessário formar investigadores nesta área e que o programa vem colmatar uma falha no país. O cruzamento de várias áreas da ciência com a informática facilita o processo de investigação e é visto como uma área de grande potencial a desenvolver nos próximos anos.

«É uma área que vai abrir, que tem um horizonte enorme», afirmou o presidente da Siemens Portugal, Melo Ribeiro, empresa parceira nesta iniciativa, juntamente com outras entidades.

O responsável da Siemens referiu que a empresa tem quase 1.500 engenheiros a fazer investigação em Portugal, sobretudo na área das telecomunicações, um sector que em seu entender vai atingir a saturação dentro de 10 anos, altura em que vai começar a predominar a área das biomédicas.

Segundo o director do Instituto Gulbenkian de Ciência, António Coutinho, o grupo de 12 alunos que integra este programa foi escolhido entre 172 candidatos e vai ser pioneiro em Portugal e no mundo.

António Coutinho recordou a revolução nas ciências da vida nos últimos 50 anos, com a identificação dos componentes dos organismos vivos, para salientar que depois de organizados os dados para serem partilhados e de se chegar a novas conclusões é necessário usar a tecnologia para aplicação do conhecimento à medicina.

O programa de doutoramento vai permitir contactos dos alunos portugueses com investigadores e instituições de outros países e é visto como um investimento para o país em Investigação e Desenvolvimento.

O programa resulta da necessidade de formar investigadores na área da biologia computacional e de uma parceria entre a Fundação Calouste Gulbenkian, a Siemens Portugal e o Ministério da Ciência e do Ensino Superior, através da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

TSF
19/10/2005