Quando reclama “Respeito!” pelos professores e o seu trabalho, a FENPROF não distingue os que ainda estão no ativo dos que já se aposentaram ou reformaram, portanto, não discrimina os que deram uma vida à escola e aos alunos em relação aos que o fazem agora.
O mesmo não acontece da parte de governantes que parecem ávidos em se desembaraçar daqueles que formaram cidadãos e produziram riqueza, mas já entregaram a outros o rico património que criaram.
Só assim se compreende que continue em vigor a injusta Lei 53-B/2006, que impede a atualização de pensões no ano da aposentação e no seguinte, seja qual for o valor verificado de inflação.
Como se sabe, essa não é a única injustiça, como não é o único motivo de insatisfação dos aposentados e reformados que, após muitos anos a trabalhar, quantas vezes em condições bem difíceis, se veem desrespeitados por governantes que parecem esquecidos do contributo de quem passou a vida a dar o seu melhor ao país e, no caso dos docentes, em particular à Educação.
Curiosamente, como quem chama por Santa Bárbara em dia de trovoada, os responsáveis do ministério da Educação, face à crescente falta de professores nas escolas, lembraram-se de acenar aos aposentados para que, em áreas onde o problema é mais gritante, voltem às escolas. Esquecem que as condições de trabalho e o desrespeito com que foram tratados quando estavam no ativo, levaram a que a esmagadora maioria, ainda longe do “santo” dia da aposentação, já contasse os que faltavam para que chegar o momento de “meter os papeis”.
Não vai ser fácil resolver o problema da falta de professores com esta medida, nem que o ministro reze a “Avé Maria das trovoadas”. Como não será fácil ganhar aqueles que já reúnem os requisitos para a aposentação (os mesmos que perderam tempo de serviço, mas foram esquecidos pelo ministério e por quem assinou o acordo de recuperação daquele tempo, excluindo-os) para que não se aposentem e continuem no ativo.
Esta Newsletter, que a FENPROF dirige aos colegas aposentados e reformados tem o propósito de falar das injustiças, dar nota das iniciativas que estão a ser levadas a cabo para as combater e informar todos os que se preocupam com a situação que vivem, que terão, sempre, na FENPROF o apoio e a voz de que necessitam.
Mário Nogueira
Secretário-geral da FENPROF
