Documento entregue pelo MEC a 6 de Setembro de 2011

Emprego, estabilidade profissional dos docentes e qualidade do ensino em causa
Não sendo ainda completamente conhecido o quadro orçamental para 2012, os anunciados cortes no orçamento do Ensino Superior – 8,5% a que se somam mais 2.5% de cativação – são incomportáveis para a generalidade das instituições.

Plenários de professores manifestam desacordo com proposta do MEC
O MEC deu a conhecer (6/09/2011) uma nova versão do projeto sobre avaliação de desempenho docente. Esse foi o documento que esteve em negociação na sexta feira com as organizações sindicais, e que também esteve em foco nos plenários realizados um pouco por todo o país, na passada quarta-feira, 7 de setembro. Os professores presentes foram claros: a proposta sobre avaliação que o MEC apresentou não merece acordo! (na foto: plenário de Lisboa, no auditório da Secundária Camões). / JPO

“Não venha pedir a paz quem declara a guerra!”
“Não venha pedir a paz quem declara a guerra!”. A mensagem esteve em destaque na conferência de imprensa que o Secretariado Nacional da FENPROF realizou na passada quinta-feira, 1 de Setembro, em Lisboa, num intervalo da sua reunião de dois dias.”Com uma mão, o Primeiro Ministro fala de “paz social” e com a outra declara guerra aos trabalhadores portugueses”, com “uma ofensiva sem precedentes no campo do emprego, dos salários, do custo de vida e da carga fiscal”. Uma ofensiva que “vai para além das directrizes da troika”, prevendo-se ainda um “agravamento com o Orçamento de Estado (OE) para 2012”, como alertou Mário Nogueira no diálogo com os profissionais da comunicação social. Particularmente m foco esteve a situação de instabilidade e desemprego entre os professores e educadores: milhares de docentes contratados – mais de 35.000 – ficaram no desemprego (70 por cento dos candidatos não obtiveram colocação), apesar de muitos desses docentes terem um número elevado de anos de serviço. O Secretário Geral da FENPROF abordou ainda as questões da avaliação do desempenho. / JPO
Ao contrário do que afirma Ministro Crato, inevitável só mesmo a luta!
Aconteceu o que há muito se adivinhava e que ontem (30/08) já tinha sido confirmado pelo Ministro Crato: milhares de professores contratados – mais de 37.000 – ficaram no desemprego, apesar de muitos desses docentes terem um número elevado de anos de serviço e de a maior parte fazer falta às escolas.


Docentes que ficarem desempregados terão direito a ser "indemnizados"
A Provedoria de Justiça recomendou ao Ministério da Educação, através do Diretor-Geral da DGRHE, que reaprecie o entendimento constante numa circular de 8 de junho de 2011 (da responsabilidade do governo anterior, mas já emitida após as eleições de 5 de junho) em que é comunicado às escolas que os docentes que cessem os seus contratos a termo, ainda que não obtenham nova colocação, não terão direito a receber a “compensação por caducidade” prevista no número 3 do artigo 252.º do Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas (RCTFP), fixado na Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro. Para a FENPROF, o mais importante – e por isso se tem batido – será evitar o desemprego dos docentes, tanto mais que fazem falta às escolas; contudo, existindo situações de caducidade que resultam em desemprego, exige-se ao Governo que respeito as leis em vigor. É assim que deve ser num Estado de direito democrático.

FENPROF abre ano escolar com conferência de imprensa
EMPREGO, ESTABILIDADE, AVALIAÇÃO, FUNCIONAMENTO DAS ESCOLAS E AÇÃO DOS PROFESSORES SERÃO PONTOS FORTES!
Serão tornadas públicas as iniciativas a desenvolver com os professores e educadores no sentido de se atingirem os objetivos reivindicativos definidos para, por um lado, combater o problema de desemprego que se adivinha e, por outro, levar a bom porto o processo de revisão do atual modelo de avaliação.
Reunião com MEC dá resposta a problemas pontuais, mas não resolve problema de fundo: o desemprego que pode vir a afectar um número muito elevado de docentes
Documento, com propostas da FENPROF, entregue no MEC no dia 24/08/2011
A FENPROF reuniu esta quarta-feira, 24 de Agosto, com o Ministério da Educação para apresentar propostas que visam responder aos previsíveis problemas que serão vividos pelos professores e educadores dentro de alguns dias, já no início de setembro, relacionados com o seu emprego e a sua estabilidade profissional.
FENPROF no MEC: reunião inconclusiva que confrontou o Ministério com o seu próprio projeto
FENPROF aguarda respostas às dúvidas que colocou
A FENPROF tentou (23/08) conhecer melhor as ideias do MEC para um novo regime de avaliação do desempenho, mas tal não aconteceu. Alegando tratar-se de uma proposta aberta, que deveria ser preenchida a partir das propostas sindicais, o Ministério da Educação e Ciência acabou por não responder a muitas questões que lhe foram colocadas e que seriam essenciais para que se conhecesse melhor o seu projeto e, sobre ele, fosse possível formular uma opinião fundamentada e apresentar contrapropostas.Entretanto, e a propósito de outras matérias – emprego, vinculação, horários-zero e resolução de problemas de carreira que se arrastam há algum tempo – a FENPROF reúne, de novo, no MEC (na Avenida 5 de Outubro), esta quarta-feira, dia 24 de agosto, pelas 11 horas.
Sujeição às regras do SIADAP impede ruptura efectiva
Sem prejuízo de uma discussão aprofundada sobre o projecto ministerial de novo modelo de avaliação e da elaboração de um parecer a entregar no dia 23 de Agosto, no MEC, no âmbito da reunião negocial convocada para as 10 horas desse dia, a FENPROF não pode deixar de tecer, desde já, alguns comentários...Por exemplo: a sujeição do regime proposto às regras gerais do SIADAP (Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública) impede este projecto de se libertar de diversos procedimentos do modelo actual, limitando-se a alterar algumas das suas designações. Exemplos: as quotas surgem como percentis a ter em conta na atribuição de Excelente ou Muito Bom e os objectivos individuais passam a chamar-se Projecto do docente, ainda que mantendo o carácter facultativo já actualmente existente

No mesmo dia em que anuncia o encerramento de quase 300 escolas...
...MEC faz também saber que turmas do 1º Ciclo passarão a ter 26 alunos
A nova equipa do MEC decidiu aumentar o número de alunos por turma no 1.º Ciclo do Ensino Básico, passando de 24 para 26. Uma medida que nem as equipas ministeriais anteriores ousaram tomar e que se destina, unicamente, a eliminar mais alguns lugares docentes à custa, como sempre, da qualidade do ensino. Esta medida, só agora anunciada, poderá mesmo obrigar as escolas a refazerem as turmas que, não só já foram constituídas, como homologadas pelas direcções regionais de educação. Ao mesmo tempo soube-se que serão encerradas 297 escolas do 1.º Ciclo, segundo o MEC, por haver acordo dos municípios nesse sentido. A esse propósito, a FENPROF procurará saber junto das câmaras municipais se, de facto, estão garantidas melhores condições de ensino para os alunos, deslocações de curta duração e respostas sociais adequadas, como destaca uma nota de imprensa agora divulgada pela Federação.
Despedimento de milhares de docentes contratados e um número inédito de “horários zero” são legado do anterior Governo que o actual adoptou e está a concretizar!
Como a FENPROF há muito vem denunciando, já não resta qualquer dúvida de que foi meticulosamente preparado o maior despedimento colectivo de professores contratados, cuja expressão maior terá lugar já no próximo mês de Setembro. Mas hoje é também evidente que a violência das medidas deliberadamente tomadas para reduzir o número de docentes no sistema é de tal ordem que atinge, como nunca, os que integram os quadros, dando origem a milhares de “horários zero” nas escolas. “Horários zero” que resultam, não de qualquer excesso de professores, mas de terem sido alteradas as regras de organização e funcionamento das escolas, bem como as normas de elaboração dos horários dos docentes.

Avaliação: "Esperava-se que o MEC anunciasse a suspensão do actual modelo; afinal, fez precisamente o contrário!..."
A propósito da primeira reunião com o MEC sobre avaliação de desempenho, ouvimos Mário Nogueira, Secretário-Geral da FENPROF e responsável pela comissão negociadora sindical. Ficou a perceber-se que, afinal, o modelo monstruoso e kafkiano de que falava o PSD na oposição poderá estar a transformar-se num simpático animal de estimação do governo. O futuro próximo o dirá…
A sobretaxa extraordinária de IRS, as previsões macroeconómicas 2011/2012 e as privatizações
"As previsões macroeconómicas apresentadas (14/07/2011) pelo Ministro das Finanças apontam para um aprofundamento da crise económica, uma quebra no emprego e um aumento do desemprego. O PIB deverá diminuir 2,3% em 2011 e 1,7% em 2012. A taxa de desemprego oficial deverá subir até 13,2% em 2012[1][1], esperando-se a destruição de 134 mil postos de trabalho neste dois anos (80 mil em 2011 e 54 mil em 2012), caso estas previsões se confirmem".

Devido a norma imposta por Lurdes Rodrigues, inúmeros serviços educativos vêem posto em causa o seu funcionamento
Proposta Reivindicativa 2012
António Teodoro: "Nuno Crato é representante do pensamento neoconservador americano"
"O pensamento neoconservador assenta na ideia da regulação do sistema por exames. Trata-se de um retrocesso, que vai gerar uma orientação curricular no sentido de valorizar só o que vai sair nos exames".