Nacional
16 de setembro 2011: concentrações, tribunas, plenários...

O protesto saíu à rua...

14 de setembro, 2011

Professores e educadores protestaram no dia 16 de Setembro, contra o desemprego, a precariedade e a instabilidade que, de forma cada vez mais violenta, se abatem sobre os profissionais, devido a medidas tomadas deliberadamente nesse sentido.

Após as colocações agora efetuadas pelo MEC, constata-se que, até este momento, o número de docentes atingidos pelo desemprego, este ano, aumenta mais de 8.000 em relação ao ano passado. Como foi realçado ao longo desta jornada de protesto, nomeadamente nas declarações de vários dirigentes sindicais à comunicação social, nas colocações feitas em 31 de agosto houve uma redução de cerca de 5.000 docentes e no dia 12 de setembro (colocações da designada “primeira bolsa”) foram colocados menos cerca de 3.500 docentes!

Entretanto, para além do desemprego, como sublinharam os dirigentes e activistas sindicais, continua a verificar-se um processo de precarização da profissão, com os lugares de quadro de milhares de docentes que se aposentaram nos últimos anos a serem preenchidos por docentes a contrato. Assim, mesmo tendo em conta as regras restritivas, impostas para este ano, para a elaboração dos horários dos docentes, cerca de 10.000 lugares preenchidos pela via da contratação, correspondem a necessidades permanentes (e não transitórias) das escolas, pelo que deveriam ter permitido o ingresso de outros tantos docentes nos quadros.

Também os professores dos quadros têm razões de preocupação. Este ano dispararam, como nunca, os “horários zero” nas escolas e a tendência é para que a situação se agrave, pois as imposições dos estrangeiros da troika e as intenções do governo, escritas no documento sobre Estratégia Orçamental 2011-2015, vão nesse sentido. Esta situação de incerteza em relação ao futuro gera um sentimento de grande instabilidade que todos os professores e educadores vivem.

E foi para protestar contra esta grave situação e exigir que as escolas se organizem e funcionem adequadamente, podendo contar, nesse sentido, com os docentes que necessitam, que a FENPROF promoveu estes protestos descentralizados nas diversas regiões do país.

O Secretário-Geral da FENPROF participou na iniciativa realizada em Coimbra, que destacou: "Os professores não são lixo! Não aceitam ser tratados como tal".

 Lisboa: concentração no Largo Camões

“Há outros caminhos possíveis para ultrapassar a crise que o grande capital criou em Portugal. E é esta mensagem de esperança, esta mensagem de que é possível outro caminho, que é possível lutar e conseguir, que o SPGL aqui quer afirmar. Camaradas, vamos à luta. Vamo-nos encontrar todos no dia 1 de Outubro”, disse Manuel Grilo, numa breve intervenção em nome do SPGL, na concentração no Largo Camões, em Lisboa.

Coimbra desceu à rua num dia assim...

... e nos cerca de 2 kms que separam o Largo D. Dinis na Universidade de Coimbra da sede do MEC na região centro, docentes de todos os sectores e subsistemas desfilaram contra a precariedade, a instabilidade e o desemprego.

250 professores e educadores entoaram palavras de ordem como "Crato a mentir e o governo a despedir" como que anunciando um importante recuo do Ministério que veio, após o fim das iniciativas que se realizaram por todo o país, anunciar que os contratos não teriam a duração de apenas um mês, como tinha sido transmitido às escolas por circular, mas sim pela duração da ausência ou da necessidade de trabalhador, podendo o ir até 31 de Agosto.

Já em frente à DREC, uma rábula encenada por João Cordeiro, simulava com o ministro (António Morais) a colocação de professores no lixo (O "Professorão" do Governo).

No final, antes da aprovação da Moção por unanimidade e aclamação, intervieram, João Louceiro (Distrital de Coimbra do SPRC), António Moreira (União de Sindicatos de Coimbra), Ana Lúcia (professora desempregada, com mais de 15 anos de serviço) e Mário Nogueira (Secretário Geral da FENPROF).