As opções políticas dos sucessivos governos continuam a refletir-se na vida de cada um e a condicionar, também, o dia-a-dia de quem já se aposentou.
Depois de uma longa carreira contributiva, como a dos docentes, de uma vida dedicada à educação e aos alunos, é de elementar justiça ter-se direito a uma aposentação digna, sem qualquer tipo de discriminações ou penalizações.
O direito, entre outros, ao lazer, à cultura, à saúde, a serviços públicos de qualidade, mas também o direito a pensões justas e valorizadas, como garante de qualidade de vida e de um envelhecimento tranquilo, no nosso contexto político, não têm dispensado uma forte intervenção sindical e social de reivindicação de melhores condições de vida também para quem já se aposentou.
Este Boletim reflete a importância de ser-se sindicalizado/a e, sindicalizado/a aposentado/a, refletindo algumas das ações mais visíveis que o Departamento de Aposentados da FENPROF desenvolveu nos últimos meses, com destaque para o combate à grande injustiça a que os professores, entre outros trabalhadores, têm estado sujeitos, desde 2006, ano apartir do qual a sua pensão não é atualizada no próprio ano da aposentação e no seguinte, medida lesiva para a vida dos aposentados imposta pelo governo de Sócrates, mas que os governos seguintes não revogaram.
A FENPROF tem desenvolvido ações contra esta injusta lei, com destaque para a petição dirigida à Assembleia da República, que envolveu todos os sindicatos da FENPROF na dinamização e recolha de milhares de assinaturas, levando a vários contactos com partidos políticos e grupos parlamentares, possibilitando a discussão na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, tendo por fim surgido várias propostas e projetos apresentadas pelos partidos na AR. Medida recentemente aprovada pelo governo, resultado da luta que acabará com a injusta penalização já a partir de 2025, embora não reconheça o direito à reposição das perdas que os docentes sofreram nestes anos.
A ação sindical e a luta dos trabalhadores no ativo ou aposentados não pode aliviar e, no próximo dia 9 de Novembro, sábado, estaremos nas ruas de Lisboa e do Porto a exigir ao governo: o aumento dos salários e das pensões; o direito à saúde e a defesa do SNS; o direito há habitação; o direito à educação e à valorização da escola pública; a defesa e o fortalecimento dos serviços públicos; um outro rumo para o país. Porque a luta não termina com a aposentação!