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promovida pelo SPE/FENPROF

Decorreu no Luxemburgo ação de formação para professores no âmbito do QuaREPE

06 de outubro, 2012

Por iniciativa do SPE/FENPROF e com o apoio da OGBL, central sindical luxemburguesa, decorreu nas instalações do CEFOS (Centro de Formação e Seminários), em Reimich, no Luxemburgo, uma ação de formação no âmbito do Quadro de Referência do Ensino Português no Estrangeiro (QuaREPE) - ensino, aprendizagem e calibragem de níveis.

A oficina desenrolou-se ao longo dos passados dias 6, 7 e 8 de dezembro, com a participação de docentes do Luxemburgo, Alemanha, Holanda, Espanha, Reino Unido, Andorra e Suíça, num total de cerca de seis dezenas de professores portugueses.

"Nos últimos 20 anos esta é a primeira iniciativa sindical que consegue reunir, num objetivo de formação e de troca de vivências profissionais, professores de quase todo o universo do EPE/Europa", sublinhou à nossa reportagem o Secretário Geral do SPE/FENPROF, Carlos Pato.

Após uma sessão de abertura, em que se inseriu a comunicação de José Luis Coelho, sobre "a faculdade da linguagem", os participantes começaram a trabalhar em três painéis, dinamizados pelos formadores Maria José Grosso, José Pascoal e António Soares, investigadores ligados desde a primeira hora ao projeto QuarEPE, que nasceu em 2000, tendo dado os seus primeiros passos ao nível da experimentação em 2004/2005.

Objetivos

O QuaREPE tem como objetivos:

  • Desenvolver competências gerais em língua portuguesa;
  • Contribuir para a promoção da cidadania democrática;
  • Dotar a rede do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) de um instrumento que permita a reflexão sobre práticas pedagógicas e educativas, para além de desenvolver a identidade plurilingue e pluricultural dos alunos.
Os princípios que orientaram a concepção e o desenvolvimento do QuaREPE são os seguintes:
a) Inclusão e sustentabilidade
O EPE é uma modalidade especial de educação do sistema educativo português. Apesar de a sua acção estar definida nos normativos em vigor, o seu impacto e reconhecimento serão reforçados se forem articulados com outros sistemas educativos.Assim, a sua inclusão (exequível em formatos vários), reconhecida pelas autoridades educativas regionais ou nacionais, nos projectos educativos e nas ofertas curriculares das escolas, nos programas e nas orientações, é decisiva para a sua sustentabilidade.
b) Transparência, abertura, coerência
O seu reconhecimento decorrerá da sua transparência, da sua abertura à colaboração de intervenientes vários e da coerência na aplicação das orientações.
c) Autonomia do ensino e da aprendizagem
Pretende-se legitimar um conjunto variado de práticas a partir de um quadro comum. As orientações deste Quadro estimulam a participação activa do público-aprendente no processo de desenvolvimento das suas competências em português, através do envolvimento da comunidade familiar e social mais próxima, bem como da ligação do espaço formal de ensino e aprendizagem com utilizadores da língua de outros contextos. Também a auto-avaliação e a possibilidade de certificar competências adquiridas podem ser um estímulo importante para alunos, famílias, escolas e professores (de português e de outras áreas curriculares).

Princípios

Os princípios que orientaram a concepção e o desenvolvimento do QuaREPE são a inclusão e a sustentabilidade, a transparência, a abertura, coerência e ainda a autonomia do ensino e da aprendizagem.

Pretende-se legitimar um conjunto variado de práticas a partir de um quadro comum. As orientações deste Quadro estimulam a participação activa do público-aprendente no processo de desenvolvimento das suas competências em português, através do envolvimento da comunidade familiar e social mais próxima, bem como da ligação do espaço formal de ensino e aprendizagem com utilizadores da língua de outros contextos. Também a auto-avaliação e a possibilidade de certificar competências adquiridas podem ser um estímulo importante para alunos, famílias, escolas e professores (de português e de outras áreas curriculares).

Gerir a diferença

Na breve nota de abertura desta ação em Reimich, Maria José Grosso, da Universidade de Lisboa - atualmente empenhada no desafio de formar cerca de 9 mil professores chineses em língua portuguesa - chamou a atenção para a necessidade de "gerir a diversidade, a diferença e as relações humanas", compreendendo "o que está para além da língua" e o que representam os diferentes tipos de cultura, em que a língua, naturalmente, se integra.

A análise e discussão em torno dos objetivos e da dinâmica do QuaREPE, a definição do publico alvo, a descrição do funcionamento da língua e tarefas, a proficiência em língua e a descrição dos níveis de referencia, a avaliação e a certificação são conteúdos em destaque nesta oficina, que tem decorrido com vivo interesse dos participantes.

O papel da língua portuguesa

Esta oficina contribuíu para a reflexão e mudança de práticas formativas em contextos do QuaREPE, evidenciando o papel da língua portuguesa como mediadora intercultural.

A reflexão implica a tomada de decisões e de estratégias na atuação pedagógica, bem como a seleção de metodologias, a definição de tarefas e a elaboração de materiais adequados aos diferentes perfis dos aprendentes e aos diferentes contextos, como foi referido pelos formadores. / JPO