FENPROF condena repressão e expressa solidariedade aos dirigentes sindicais
Em 19 de março e nos dias seguintes, dezenas de milhares de pessoas em toda a Turquia saíram às ruas para protestar contra a detenção de Ekrem İmamoğlu, o presidente da câmara de Istambul democraticamente eleito e principal figura da oposição. A detenção é amplamente considerada como um abuso de poder por parte do Presidente Erdoğan, numa tentativa de afastar o seu principal concorrente nas eleições presidenciais de 2028.
Desencadeados por estudantes nos campus universitários de Istambul, os protestos espalharam-se rapidamente por todo o país e centenas de manifestantes, na sua maioria jovens, foram presos. Em 25 de março, o Eğitim Sen (Sindicato dos Trabalhadores da Educação e Ciência) realizou uma ação em solidariedade com os estudantes e contra a intensificação do ataque à autonomia universitária e à liberdade académica. Em resposta a esta ação, as autoridades colocaram o a Comissão Executivo do Eğitim Sen em prisão domiciliária durante duas semanas, após o que permanecerão em liberdade condicional.
A Internacional da Educação (IE), de que o Eğitim Sen faz parte, tomou posição contra a detenção destes dirigentes, numa carta dirigida ao Ministro da Educação Nacional da República da Turquia, ao Ministro da Justiça, ao Ministro do Trabalho e da Segurança Social, ao Presidente da Grande Assembleia Nacional, ao Secretário-Geral da Grande Assembleia Nacional e ao Comité de Investigação dos Direitos Humanos da Grande Assembleia Nacional da Turquia. A IE fez ainda um apelo a todas as suas organizações membros para que enviassem cartas de protesto às autoridades turcas e promovessem a subscrição de uma petição que apela às autoridades turcas para que respeitem os princípios democráticos e os direitos humanos.
O Eğitim Sem é um sindicato com um histórico de luta pelos direitos dos trabalhadores, pelos direitos humanos, pela paz e pela democracia na Turquia e, por isso, muitos dos seus membros têm sido sujeitos a perseguições, detenções e prisões. Mas este último ataque à sua liderança marca uma escalada significativa e mostra bem a erosão da democracia e dos direitos no país.
Condenando a repressão e a limitação de liberdades e direitos fundamentais, a FENPROF exigiu das autoridades turcas o fim da violação dos direitos sindicais e a retirada de todas as acusações infundadas contra os dirigentes do Eğitim-Sen. Apela ainda aos professores portugueses para que subscrevam a petição LabourStart Petition for Democracy in Türkiye, em apoio aos sindicalistas do sector da educação e à democracia na Turquia.