Rogério Ribeiro
Secretariado Nacional da FENPROF
Apesar do título, não resisto a começar com um duelo acontecido em setembro. Trata-se de um combate entre o ex e o atual ministro. Um esgrime o florete, e avança, a fundo, A abertura do meu ano letivo foi melhor do que a tua, ao que o outro riposta com o sabre, dando uma estocada, Não, não foi nada, a minha é que foi melhor do que a tua, Isso querias tu, Quem, eu?, Sim, tu, tiveste mais alunos sem aulas do que eu! Touché!
Bom, convém explicar que este touché!, na esgrima, é uma espécie de wazari, no judo: dá pontos! Não confundir com ippon, omnium ou madison, no olímpico linguarejar do nosso contentamento! No que toca à quarta medalha, não sei porquê, mas dei por mim a puxar pelo cubano de Cuba, contra o cubano espanhol, o cubano italiano e até, imagine-se!, o cubano português que, era canja, uma medalhita tinha por garantia. E que ricas tardes de sofá foram aquelas! O problema foi quando findou. Na ausência de incêndios (parece que mudaram o mês das ignições), com a volta a Portugal decorrida, o país a banhos, a festa do pontal a definhar e a universidade de verão ainda longe, o que noticiar?
Do encerramento das urgências, já ninguém quer saber — vociferava o chefe da redação. A injeção mediática fora de tal ordem que o povo tampouco quer saber se as bebés e os bebés nascem nas ambulâncias ou se são trazidas pelas cegonhas! Aliás, isso do SNS, tá decidido, é para privatizar e pronto, não vale a pena bater mais no ceguinho! E quando o desespero atingia as altas temperaturas das redações, eis que se dá o terramoto. Terramoto, não, sismo! Sismo, quer dizer, foi mais um abalo... Ui, aquilo é que foi um regabofe – deu para uma semana inteirinha, com todos os eu acho que a fazerem bicha nos canais especializados, Now com um novo reforço do mercado de verão que, segundo o RAP, é uma espécie de “CMTV que sabe comer com talheres”.
Quem, garantidamente, não deu por qualquer tremor, foram muitos educadores e professores que passaram o meu querido mês de agosto a braços com os concursos. Mas que grande azáfama! Ele foi a mobilidade por doença, a mobilidade interna, as permutas, a contratação inicial, a reserva de recrutamento, o ensino artístico especializado… Ah, e parece que se esqueceram do das técnicas especiais. Apesar do arraial popular, ninguém pode dizer que os professores manguelam nesta época do ano. E para que os restantes madraços não ficassem a rir, o IGeFE lá arranjou maneira de lhes interromper o baile de verão.
Em suma, lá para os lados da Infante Santo, verão rima com transpiração. Descanso, jamais. Ele é +aulas, +sucesso, aprender+, avaliar+, +horas para os professores, +aposentados prás escolas, +1concurso extraordinário e +o raio que os parta! Até o Marcelo quis dar um sinal+ ao devolver o decreto interpretativo. Ora digam lá se o meu querido mês de agosto não foi demais!