Reafirmando o seu compromisso com a educação pública, os direitos humanos e sindicais, a paz e a democracia, nos Estados Unidos e em todo o mundo, o Conselho Executivo da Internacional da Educação, durante a sua 70ª reunião (1-3 de abril de 2025), aprovou uma resolução de solidariedade para com a luta que a Associação Nacional de Educação (NEA) e a Federação Americana de Professores (AFT) estão a desenvolver em defesa dos alunos, da profissão e das comunidades escolares norte-americanas.
Estas organizações sindicais têm vindo a alertar para as dramáticas consequências do desmantelamento do Departamento de Educação não apenas para os professores, mas sobretudo para os alunos e as famílias mais desfavorecidos:
- 26 milhões de estudantes em situação de pobreza perderiam serviços essenciais;
- 8 milhões de estudantes com deficiências perderiam o apoio ao ensino especial;
- 12 milhões de estudantes perderiam o acesso ao ensino técnico e profissional;
- 10 milhões de pessoas poderiam perder a cobertura de cuidados de saúde através de cortes no Medicaid
- as alterações aos empréstimos estudantis tornariam a faculdade incomportável para 10 milhões de famílias da classe trabalhadora.
A IE denuncia os cortes sem precedentes no financiamento de programas de investigação críticos, as ameaças às universidades e instituições de investigação que não se alinham com as exigências de Trump, assim como o ataque à liberdade académica e à autonomia profissional dos professores, nomeadamente através da proibição de livros e da censura dos currículos.
Sublinhando a importância de proteger e promover a diversidade, a equidade e a inclusão para alcançar uma educação de qualidade para todos, a IE reafirma que o racismo, a discriminação e a marginalização de qualquer pessoa ou grupo de pessoas não pode ter lugar nas nossas escolas ou nas nossas comunidades.
Neste contexto, propõe-se desenvolver um plano de ação para organizar uma resposta coletiva à disseminação de ideologias populistas e autoritárias de extrema direita, realçando o contributo dos docentes e dos seus sindicatos, assim como das escolas e universidades, na defesa e consolidação da democracia, dos direitos humanos e da educação pública, à escala local, regional e global.