JF Online, abril 2025
Solidariedade

Grécia: "Os lucros deles ou as nossas vidas" e "trabalho com direitos, vida com dignidade" foram palavras de ordem que acompanharam a greve geral nacional realizada a 9 de abril

15 de abril, 2025

A paralisação foi uma resposta muito expressiva às dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores no país, incluindo a degradação dos salários, o aumento do custo de vida e a crescente precariedade laboral.

Em nome dos trabalhadores portugueses, a CGTP-IN expressou "a sua forte solidariedade" com a greve convocada pelas organizações sindicais gregas.

A central sindical portuguesa aponta que a situação dos trabalhadores gregos é "um reflexo das políticas de austeridade e exploração que continuam a penalizar as famílias, políticas essas que estão alinhadas com as diretrizes neoliberais da União Europeia".

"O governo grego mantém políticas que servem os interesses dos grandes grupos económicos e do capital financeiro, enquanto ignora as necessidades dos trabalhadores e suas famílias. Este é um problema que ultrapassa fronteiras e exige a solidariedade de todos os trabalhadores", destaca a Intersindical Nacional, que manifesta firme apoio às reivindicações dos trabalhadores gregos, em luta pelo aumento dos salários, a negociação coletiva e medidas eficazes contra a inflação e a especulação nos preços dos bens essenciais.

Além disso, os trabalhadores gregos estão a lutar por uma habitação digna e acessível para todos e a restituição do 13.º e 14.º mês no setor público, conclui a Inter.

Os relatos da comunicação social sobre esta luta dos trabalhadores gregos são bem expressivos:

- Barcos e navios atracados, comboios sem circular e o metro e os autocarros a funcionar apenas durante parte do dia.

- A greve geral de 24 horas parou grande parte da Grécia. Juntou o setor público e privado naquela que é a terceira paralisação em apenas três meses.

- Milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades gregas. 

- Na capital, Atenas, os sindicatos e a população juntaram-se para exigir aumentos. Lembraram os cortes salariais até 40% aplicados durante a crise financeira de 2010 a 2018, que ainda não foram repostos.