A equipa ministerial que integrar o próximo governo herdará uma situação marcada por problemas que não foram resolvidos. Desde logo, competir-lhe-á corrigir as insuficiências que afetam muitas das medidas tomadas pela equipa cessante, designadamente em relação à recuperação do tempo de serviço e à mobilidade por doença.
Todavia, inevitavelmente (e como reafirmou o Secretário-Geral da FENPROF na conferência de imprensa de apresentação do 15º Congresso), a prioridade política deverá ser o combate à falta de professores e, tendo em conta esta necessidade, urge valorizar a profissão avançando com o processo negocial de revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD), que não se chegou a iniciar. Um processo que não se poderá arrastar no tempo, sendo desejável e possível que o ECD, revisto e valorizado, entre em vigor em janeiro do próximo ano.
O sinal de que há vontade política para valorizar a carreira docente passará por iniciar a revisão por aspetos como a definição da nova estrutura, a sua duração, os futuros índices salariais e o regime transitório para a nova estrutura tendo por critério a contagem integral do tempo de serviço cumprido.
Obviamente, os professores não iriam tolerar que a próxima carreira mantivesse obstáculos à progressão, como vagas, ou quotas na avaliação. Como não tolerariam a extinção da carreira de corpo especial e a passagem para a chamada Tabela Remuneratória Única (TRU), como o governo manifestou desejar, para o que contou com o acordo de algumas organizações sindicais de professores.