Notícias

Silêncio não rima com esperança e futuro

03 de maio, 2013

Mário Nogueira e António Sampaio da Nóvoa estiveram em sintonia na sessão de abertura quanto à importância da recusa do silêncio – esperança e futuro foram outras palavras-chave das comunicações de ambos os protagonistas. O secretário-geral da FENPROF sublinhou a urgência de “romper com o ciclo de silêncios” e o reitor da Universidade de Lisboa afirmou que “ninguém tem o direito de ficar em silêncio”.

Mário Nogueira justificou essa recusa porque os silêncios “paralisam”, não mobilizam e deixam instalar o medo em lugar da expressão da “indignação” face a políticas e medidas muito concretas e inaceitáveis.

O silêncio “não pode calar o protesto”, bem como a “apresentação de alternativas”, porque significaria “quebrar” ou “desistir”, a que o secretário-geral da FENPROF respondeu com um claro e contundente “Nunca!”

Confinar-se ao silêncio seria negar a “nossa capacidade de mudar o rumo da história” e de “expulsar os invasores” – referia-se à troika e a todos os interesses que representa, sem esquecer os que, em Portugal, são “mais troikistas do que a troika”.

A opção pelo silêncio seria pactuar com uma política e um Governo que “desrespeita Portugal e os Portugueses”, em grande medida também por via dos ataques à Educação, aos professores e à Escola Pública. O silêncio minaria ainda a unidade necessária para garantir “eficácia à ação e luta reivindicativas” e “dar rosto ao futuro”, aqui numa referência ao hino da Federação.

Além de um “não direito”, o silêncio é uma impossibilidade para António Sampaio da Nóvoa, nas atuais circunstâncias, porque significaria aceitar a “ausência de futuro “, negar a “esperança de mudança” e a abertura de “caminhos além do presente” inerentes ao ato de educar.

Por isso, apelou a sermos “impacientes” e não aceitar recuos nas conquistas da Escola Pública, porque esta “é soberania”, “base do Portugal democrático”, “coesão” e “condição de futuro do País”. Citando Sérgio Niza, “ética, pedagogia e democracia são exatamente a mesma coisa”.

O silêncio não é, pois, opção. E do silêncio se deve fazer um grito para afirmar a Escola Pública, valorizar o Professor e dar futuro ao País, conforme o lema do 11.º Congresso Nacional dos Professores.