Intervenções
15.º Congresso

Rafael Tormenta (SPN): sobre a importância das expressões artísticas na formação global dos jovens

22 de maio, 2025

Há 51 anos a Poesia saiu à rua! E com ela a Música, a Dança, a Pintura e todas as outras artes, per si ou em conjunto. Porém a importância das expressões artísticas na formação global dos jovens, não parece ainda ter vincado na escola Pública Portuguesa. As expressões artísticas não são consideradas de pleno direito nos curricula, apesar de haver estudos que nos dizem que os próprios alunos têm uma perceção positiva da importância dessas disciplinas para a sua formação integral.

A escola, atualmente, põe muita ênfase nas disciplinas ditas académicas. Sabemos que diferentes linguagens ou diversas formas de representação, são usadas pelo Homem quotidianamente e que as mesmas implicam diferentes saberes e diversas formas de abordar o conhecimento. Continua a acreditar-se que as Artes pertencem ao campo da intuição e só servem, nos curricula, para facilitar as aprendizagens noutras disciplinals, ditas nobres. Têm, assim, um estatuto de auxiliares, de disciplinas menores e acabam muitas vezes por ser encaradas só de forma individualizada, com tendência para a especialização; e não é disso que aqui se trata. Isso é outro assunto. Outra luta ( de que o meu amigo Ricardo Cerqueira se costuma ocupar).

As artes não podem ser, na escola pública, só para alguns mais dotados, que poderão seguir os seus percursos individuais, mas sim para todos.

Sabemos bem como para Piaget a Inteligência provém de uma efetiva ação de transformação dos objetos e do real. No princípio do século, Vigotsky diz-nos que o ato artístico tem como condição o conhecimento racional, a compreensão, a associação, entre outros.

Por outro lado, já Gardner, com o conceito das inteligências múltiplas, há cerca de 40 anos,  nos  dizia que todos os seres humanos têm aptidão para uma expressão artística.  

A preocupação principal desta intervenção é o conhecimento artístico a que todos temos direito, também, na Escola Pública. Ao contrário da maior parte dos países da Europa, não temos públicos com capacidade crítica para a ópera, para o ballet, para concertos de música clássica ou mesmo para outros tipos de música. Não temos teatro nas escolas públicas portuguesas. Há que criar urgentemente o respetivo grupo de docência.

Numa futura Reforma curricular, há que fazer emergir um espaço e um tempo de qualidade para as expressões artísticas na escola pública! Os sindicatos estarão ao lado da cultura em Portugal e da formação integral de todos os cidadãos!

Viva o XV congresso dos Professores!

Viva a FENPROF !