Intervenções
15.º Congresso

Luís Lobo (Secretariado Nacional): Três anos de intensa atividade e com resultados importantes

22 de maio, 2025

O tempo que hoje evocamos – de 2022 a 2025 – foi um tempo de luta. Um tempo em que a FENPROF esteve, como sempre, onde devia estar: com os professores, com os educadores, os investigadores e com a Escola Pública!

No 14.º Congresso, ainda estávamos marcados pelas sombras da pandemia. As máscaras, o distanciamento, os limites ao encontro presencial… Mas mesmo aí, a FENPROF não parou! Adaptou-se, reinventou-se, esteve presente. Online ou na rua, a ação sindical nunca baixou os braços. Com responsabilidade, com coragem, estivemos ao lado dos professores — nas escolas e em casa, nas dúvidas e nas decisões.

Com o fim das restrições sanitárias, o ano letivo de 2022/23 abriu espaço àquilo que melhor sabemos fazer: lutar com dignidade, mobilizar com inteligência e resistir com convicção.

E que luta foi essa!

Foi uma luta forte, massiva, determinada. O tempo de serviço roubado, congelado e desprezado por António Costa, voltou ao centro da contestação. A verdade é simples: não esquecemos. E não desistimos.

Mas não foi só. A municipalização, os concursos injustos, a precariedade disfarçada, o ataque à carreira… A cada ameaça, a FENPROF respondeu com ação. A cada provocação, com firmeza.

No Dia Mundial do Professor, 5 de outubro de 2023, dissemos basta. Frente à Assembleia da República, centenas de professores levantaram a voz por respeito e dignidade. A partir daí, a luta intensificou-se: abaixo-assinados com dezenas de milhares de assinaturas, concentrações junto ao Ministério da Educação, reuniões em escolas, vigílias. Um processo consistente, não uma soma de ações dispersas, mas uma linha firme de resistência.

2023 não cabe no calendário. O que vivemos nesse ano foi histórico! O acampamento junto ao Ministério. As greves distritais, duas vezes, com adesões esmagadoras. As concentrações e manifestações que pintaram o país com a força dos professores. A maior manifestação de sempre — 11 de fevereiro de 2023 — ficará para sempre gravada na nossa história.

E depois, a caravana pela Nacional 2. As greves nacionais. As manifestações de junho, em Lisboa e no Porto, onde milhares voltaram a afirmar: “Nós não desistimos!”

A luta prosseguiu em outubro, com nova vaga de mobilizações. E eis que, perante a força da rua, o governo do PS cai. Seguem-se eleições e a entrada da direita no poder.

Mas atenção: a luta não é contra partidos, é por direitos. A FENPROF apresentou, com clareza, as reivindicações da classe docente. E obrigou o poder — novo ou antigo — a responder. Ainda que de forma insuficiente.

Não aceitámos acordos de fachada. Não assinámos para fazer de conta. Porque a dignidade não se negocia em baixa.

E chegamos a 2024/25 com a mesma energia. Dezenas de plenários em setembro e outubro, em todas as capitais de distrito. Milhares de docentes a debater o que vem aí: a passagem para a tabela única, o fim da graduação profissional nos concursos, a nomeação de gestores para as escolas, a municipalização aprofundada, a ameaça à Escola Pública e o ataque à Lei de Bases. E com duas, apesar de ainda insuficientes, vitórias na área do ensino superior e investigação: a aprovação do novo ECIC, depois de  várias e muito participadas ações dos investigadores em todo o país, mas, particularmente em maio de 2024, em Lisboa; e o reconhecimento do direito e o desbloqueamento das progressões na carreira, para o que os docentes da escola superior de enfermagem de Coimbra deram um imprescindível, tenaz, persistente e corajoso contributo.

A FENPROF está vigilante. Está presente. Está preparada.

Sabemos que não há milagres. Que os processos são longos. Que a conquista exige persistência. Mas sabemos também que só a luta organizada, determinada e lúcida poderá garantir resultados.

E que ninguém tenha dúvidas: de 2022 a 2025, os professores e educadores nunca estiveram sós. Estiveram com a FENPROF. E a FENPROF esteve — e estará — com eles.

Terminamos este ciclo com a certeza de que mantemos viva a ligação às escolas, aos professores, às suas justas aspirações. Mantemos uma organização sólida, combativa, com capacidade de resposta.

Isto, porque a FENPROF é nossa e para nós, docentes e investigadores. É que, como sempre dizemos, quem luta, nem sempre vence… mas quem não luta perde sempre!

 

VIVA A FENPROF!

Viva a luta dos docentes e investigadores!

A luta continua.