Notícias

Começou o 11º Congresso Nacional dos Professores com determinação e apelo à mobilização geral

03 de maio, 2013

Numa notável comunicação ao Congresso, António Nóvoa levantou pela primeira vez o 11º Congresso Nacional dos Professores, a decorrer no Fórum Lisboa até amanhã. “Ninguém tem o direito de ficar em silêncio”, “Não haverá recuo. Não voltaremos atrás!”, foram expressões marcantes em defesa da Escola Pública e da valorização da profissão docente.

Sob o lema Afirmar a Escola Pública. Valorizar os Professores. Dar Futuro ao País, começou hoje o 11º Congresso Nacional dos Professores. A sessão de abertura contou com intervenções do presidente do Conselho Nacional da Federação Nacional dos Professores (João Cunha Serra), do presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (António Avelãs), da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa (Simoneta da Luz Afonso), do vereador da Educação da Câmara Municipal de Lisboa (Manuel Brito), do reitor da Universidade de Lisboa (António Sampaio da Nóvoa) e do secretário-geral da Fenprof (Mário Nogueira).

Cunha Serra destacou o “grave contexto” em que o congresso se realiza, enunciando os ataques que vêm sendo dirigidos à Escola Pública, em geral, e aos professores, em particular. António Avelãs salientou a coincidência da realização do congresso com o 39º aniversário do SPGL – o primeiro sindicato fundado após o 25 de Abril (02.05.1974).

A presidente da A.M.Lisboa saudou os presentes, destacando a importância dos professores como “infraestrutura e sustentáculo” da educação para a cidadania (“de vós depende a nossa singularidade como cidadãos”), no que foi secundada por Manuel Brito: “Os professores são os primeiros que ensinam todas as outras profissões”, afirmou.

A temperatura do congresso subiu pela primeira vez com a intervenção de Sampaio da Nóvoa. “Sei que tenho a obrigação de dizer palavras de esperança, mas não as encontro. Não sei onde estão. Não sei para onde foram”, começou por afirmar o reitor da UL, adiantando que, se não há palavras de esperança, é chegada a hora de passar à luta. “Ninguém tem o direito de ficar em silêncio” na defesa da Escola Pública – “espaço de democracia e diversidade, mas também de soberania e independência”, frisou Nóvoa, adiantando que “podemos prescindir de tudo, mas de nada quanto à valorização da Escola Pública e dos professores”.

A concluir a sessão de abertura, Mário Nogueira procedeu a uma breve análise da situação política, referindo a demissão do governo como condição necessária para travar o ciclo de adversidade que assola a Educação e o país e corresponsabilizando Cavaco Silva pela situação: o Presidente da República “que assume ser presidente de apenas alguns” portugueses. Sobre o congresso, propriamente dito, o secretário-geral da Fenprof disse que a federação e os seus sindicatos “chegam aqui unidos nas propostas que apresentam, nas candidaturas [aos órgãos dirigentes] que se formalizarão e na vontade de fazer mais e melhor”, mas também “abertos à convergência com outros, num quadro de respeito e seriedade” e com o objetivo de dar mais força e eficácia à ação reivindicativa dos professores. E a terminar: “Este congresso será o espaço adequado para reforçar a Fenprof em que os professores confiam e com a qual se organizam e mobilizam. Não iremos frustrar essa confiança que nos honra e enche de orgulho!”

A sessão da manhã terminou com a apresentação do Relatório de Atividades da Fenprof no triénio 2010/2013. O Congresso continuará os seus trabalhos entre as 14H30 e as 21H00 (hora previsível de fecho do primeiro dia de trabalhos)

O Secretariado Nacional
(3.05.2013, 14H30)