Numa brilhante, criativa e oportuna intervenção, António Silva, delegado do SPZS, utiliza o poema "A Nêspera", de Mário Henrique Leiria, para, transformando o agente da história numa professora ou num professor, explicar o que acontece quando se fica à espera de ver o que acontece. E, assim, foi veemente a defender, ou melhor, a apelar a todos os docentes que não se fiquem, que se unam, que afirmem a força da sua razão prosseguindo a luta pela contagem de todo o tempo de serviço.
Texto de António Silva, Delegado do SPZS
Saudação aos congressistas.
Bem, eu vinha aqui apresentar o poema “A nêspera”, mas, uma vez que o camarada Francisco Almeida já o apresentou da parte da manhã, fiz umas alterações:
Ora então aqui vai:
“A Professora”
Uma professora
estava na sala de professores
sentada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou o governo do Costa
e disse:
olha uma professora,
vou roubar-lhe 6 anos e meio de tempo de serviço!
é o que pode acontecer
às professoras
que ficam sentadas
caladas
a esperar
o que acontece
Análise do poema:
Na primeira estrofe é feita a caracterização da vida de uma professora. Uma pasmaceira!
Certamente não era sócia de nenhum sindicato da FENPROF! Se fosse, de certeza que não estaria parada, calada e sentada - pelo contrário! Teria participado em inúmeras iniciativas – manifestações, concentrações, greves, abaixo-assinados etc.etc. Ou seja, de certeza que não ficaria a ver o que acontecia mas seria, isso sim, parte do acontecimento - a professora LUTARIA! E não, não é uma questão de sorte, é mesmo de persistência!
Vamos à segunda estrofe. Reparem, aqui, pelo contrário, temos uma ideia de movimento. Aqui, também é identificado o vilão – o governo do Costa e a vilania que pretende fazer - 6 anos e meio de tempo roubado!
Na terceira e última estrofe temos a conclusão sob a forma de generalização, em que ficamos a saber o que pode acontecer a todos os professores - basta que estejam parados. Ou seja - não LUTAM!
Se repararam da análise às 3 estrofes, resultaram duas formas de um mesmo verbo – o verbo LUTAR - condicional e presente.
Há quem diga que o Costa vai mesmo roubar tempo de serviço aos professores. Não! só é vencido quem desiste de lutar.
É tempo de transformar a apatia em movimento, é tempo de dizermos aos nossos colegas nas escolas que não podem ficar à espera de ver o que acontece.
É imperativo usar imperativo, e porque, como já foi aqui dito, a união é fundamental concluo dizendo:
CAMARADAS, LUTEMOS UNIDOS!
Viva a FENPROF! Viva o 13º Congresso!