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Arrancou o 14.º Congresso

Viseu, capital nacional dos Docentes e Investigadores

13 de maio, 2022

Viseu é capital dos docentes e investigadores durante dois dias (13 e 14 de maio) com a realização do maior fórum nacional sobre Educação, com delegados de todos os distritos do país e regiões autónomas, bem como do estrangeiro (667 delegados), representando todos os níveis de educação e ensino e investigadores científicos.

O enorme esforço realizado pelos 7 sindicatos que compõem a FENPROF permite, assim, que durante três dias um congresso representativo dos docentes portugueses avalie aquilo que foi o último triénio para a educação e a ciência e perspetive aquela que deve ser a intervenção da maior e mais representativa organização sindical docente portuguesa para os próximos três anos.

 

É tempo de ser

O Tempo dos Professores

Depois de Manuela Mendonça (Presidente do Conselho Nacional), Anabela Sotaia (Coordenadora da Comissão Organizadora do Congresso) e Fernando Ruas (Presidente da Câmara Municipal de Viseu) terem dirigido breves saudações ao Congresso e de os delegados e convidados terem assistido à comunicação de David Edwards (Presidente da Internacional de Educação), Mário Nogueira fez a intervenção de Abertura em nome do Secretariado Nacional da FENPROF.

 

Começando por exortar o papel que a FENPROF teve e tem no panorama político-sindical

“Quando já caminha para o seu quadragésimo ano de vida, a Federação Nacional dos Professores demonstra, mais uma vez, com este Congresso, com uma tão forte presença de delegados, dos quais mais de 75% eleitos entre os professores, e com a quantidade e diversidade de convidados que nos acompanham, que continua a ser uma organização sindical respeitada pela sociedade portuguesa, pelas suas congéneres estrangeiras e que, para além do extraordinário e reconhecido caminho que já percorreu, tem futuro pois, apesar de todas as dificuldades com que se debate e dos ataques que, tantas vezes, é alvo, a profissão de professor continua a ser uma profissão de futuro, com futuro e, principalmente, do futuro. Assim é porque a Educação nunca deixará de ser trave-mestra das sociedades democráticas, aquelas em que a luta é por um futuro melhor do que o presente e, por isso, mais justo, democrático e solidário. Nestas sociedades os professores nunca serão dispensáveis porque a escola estará a formar cidadãos e não autómatos para linhas de produção, robôs ou bots.”

Deixando um alerta aos professores

“A Escola Pública para, verdadeiramente, ser escola democrática não dispensa um forte contributo dos profissionais sobre todos os aspetos da sua vida. Não é, pois, por acaso que ao longo dos anos, mais vincadamente após o virar do século, os decisores políticos têm vindo a impor uma progressiva redução da participação de docentes e outros profissionais na vida das escolas, afastando-os dos níveis de decisão estratégica, tornando controlados e consultivos os órgãos pedagógicos, não abrindo mão de competências pedagógicas que o poder central deveria atribuir às escolas e esvaziando as destas que são transferidas para os municípios. As poucas competências que as escolas ainda mantêm são concentradas em órgão não colegial, não eleito pela comunidade escolar e que deixou de representar a escola junto da administração para ser o seu rosto junto daquela comunidade.”

Um aviso ao governo

“O governo tem de perceber que há condições que são necessárias para recuperar os que abandonaram a profissão, para atrair jovens para os cursos de formação inicial e, estimando os que permanecem ao serviço, cansados e, muitos, desiludidos, para garantir que estes não saiam antecipadamente. Ou seja, é preciso que os governantes, os decisores políticos em geral e o país compreendam que neste tempo em que a Educação terá de ser prioridade, também é tempo de ser tempo dos professores.”

Um compromisso com o futuro

“A FENPROF tem vindo a evoluir no discurso, nos temas que debate, na forma de comunicar e chegar aos professores e não se deixa prender em processos burocratizados de trabalho. Mas não se desprende de um modelo sindical que a tornou a maior e mais representativa organização sindical de docentes e investigadores em Portugal. Não nega, nem negará o sindicalismo de classe, por ser o que serve os interesses e melhor defende os direitos de quem trabalha. Envolve-se, de forma empenhada, no espaço solidário que é a CGTP onde, com outros trabalhadores, luta por um futuro melhor só possível com uma efetiva transformação da sociedade, e esta não se alcançará se cada um ficar pelas suas tamanquinhas, entretido a regar a sua horta, por viçosa que a consiga ter. É obrigação de todos e de todas. De homens e mulheres e de quantos não se reveem nessa classificação binária dos seres humanos. É responsabilidade, em particular, da classe trabalhadora que terá de pegar com as suas mãos essa tarefa, e essas mãos terá de saber ser o movimento sindical.”

Evocação da Paz no Congresso da FENPROF

O 14.º Congresso da FENPROF começou com uma evocação de um dos seus princípios basilares – a PAZ. A FENPROF e os seus sindicatos têm tido uma intervenção exemplar em defesa da Paz em todo o Mundo, defendendo que esse é o caminho para o desenvolvimento e para a segurança mundial, combatendo quaisquer formas de supremacia de um estado sobre outros estados e defendendo uma sintonia mundial em favor do desmantelamento dos blocos político-militares e do direito dos povos à autodeterminação.

O 14.º Congresso, começou por isso, com um pequeno vídeo lembrando o negro presente, assim pintado nos dois hemisférios e em todos os continentes, e com a atuação evocativa da paz de um dueto composto por Manuel Rocha (violino) e Catarina Peixinho (piano).

 

O que se segue no Congresso

14h30: Apresentação, debate e votação das propostas de alteração aos Estatutos da FENPROF;

15h30: Apresentação, debate e votação das propostas de Regulamento Eleitoral;

16h00: Apresentação e debate na generalidade das propostas de Programa de Ação para o triénio 2019-2022;

17h45: Atribuição do Prémio Urbano Tavares Rodrigues 2021

18h45: Início do debate, na especialidade, do Programa de Ação;

21h00: Encerramento dos trabalhos do 1.º dia

 

O Departamento de Informação e Comunicação