Intervenções
14.º Congresso

Hugo Weber (SPGL)

18 de maio, 2022

Não defendo que o SPGL seja o sindicato mais democrático e também não afirmo que seja um problema qualquer outro sindicato discutir ideias. Valorizo a democracia interna em detrimento de posições do “Nós”; posições em que o “Nós” decide.

Esta alteração estatutária que inclui dois adjuntos está prevista desde março, altura em que constava na revista e começou desde logo a ser discutida. Contudo, não foi divulgada aos Delegados ao Congresso excepto hoje.

Esta proposta tem alguns pontos que são importantes e que solicito sejam esclarecidos:

- Os secretários-gerais adjuntos serão agora do SPN e do SPGL? Num próximo mandato poderão ser todos do SPN, do SPGL, do SPRC, …?

- Estes secretários-gerais adjuntos poderão vir a ser 2, 3, 4, 5, …?

- Um secretário-geral adjunto terá que vantagens em relação a um outro secretário nacional, sendo  que o funcionamento interno pode ser definido no próprio órgão até por um regulamento, por exemplo?

Como referi na anterior reunião do CN, continuo a não ter o mesmo entendimento que o Mário Nogueira relativamente aos adjuntos. O conceito de adjunto tem mais algum significado além do que conheço? Esta palavra tem uma conotação de subalternização hierárquica num órgão de estrutura horizontal.

A situação assumida aqui por alguns Delegados que me antecederam, em que se admite não haver ninguém que possa suceder ao Mário Nogueira, é, antes de mais, um atestado de incompetência que responsabiliza todos e cada um de nós.

Entendo que fosse especialmente difícil em pandemia a FENPROF preparar a sucessão mas, talvez por ser sindicalista, estou com o povo quando afirma que “ninguém é insubstituível”. Para mais o Mário certamente estará disponível para ajudar, além de estar disponível para ser ajudado.

Além disto, defendo a separação de poderes entre os órgãos, à semelhança da posição assumida aqui anteriormente pelo camarada Veiguinha, pelo que não vejo com bons olhos a presença de membros de uns órgãos em outros. Excepção para situações justificadas, sobre algum tema específico – e nesse caso qualquer pessoa deve poder ser convidada a participar.

 

Quero ainda chamar a atenção para a invasão da Ucrânia pela Rússia que, além da sua atualidade, ocorre aqui ao lado na Europa, envolve uma super potência e é uma guerra internacional que se está a tornar cada vez mais uma guerra mundial. Este conflito não deve ser diluído entre outros, nem devemos escamotear responsabilidades. Portugal tem mesmo de tomar posição e o que está correto não é abrir uma autoestrada para facilitar a passagem dos blindados soviéticos.

 

Por fim, sou contra “adaptar toda a linguagem nos Estatutos na questão de género”. Devemos respeitar a língua portuguesa que é parte da nossa herança cultural. Ao contrário da nossa, por exemplo, a língua alemã forma o plural no feminino. Nós tendemos a formar o plural no masculino. É assim que está correto. A preocupação, a prioridade, é escrever corretamente a nossa Língua.