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Movimento sindical em defesa da Paz

Conselho Nacional da FENPROF: Exigir a Paz!

24 de março, 2003

Conselho Nacional da FENPROF apela aos professores para que nas suas escolas e juntos dos seus alunos defendam a Paz como um valor essencial

Milhões de pessoas em mais de 600 cidades de todo o Mundo manifestaram-se no passado dia 15 de Fevereiro a favor da Paz, num poderoso movimento cívico que teve particular expressão nos países cujos Governos optaram por uma atitude de subordinação e apoio à política agressiva dos EUA contra o Iraque, como sucedeu em Inglaterra, Espanha, Itália e também Portugal (imagem da concentração no Largo Luís de Camões, em Lisboa). Nos EUA os protestos fizeram-se ouvir em 140 cidades.
No nosso país, além da capital, que registou uma gigantesca manifestação apoiada por um leque diversificado de organizações e personalidades, e da cidade do Porto, outras localidades viveram jornadas cívicas contra a guerra, envolvendo milhares de portugueses.
No dia 21 de Fevereiro o Conselho Nacional da FENPROF aprovou uma moção em que realça o poderoso movimento popular que, em 15 de Fevereiro, se levantou em todo o Mundo, destacando:
Por mais que os ideólogos da política americana tentem desvalorizar a opinião pública que se manifesta contra a guerra e tentem minimizar as vozes de países, instituições e personalidades que em todo o Mundo (incluindo nos EUA) se levantam, a verdade é que a força que revela aquele movimento é a única que pode impedir a guerra que se prepara.
Os professores, prossegue a moção do CN da FENPROF, sabem que as primeiras vítimas da guerra são as crianças; sabem que não podem cumprir o objectivo, que é o seu, de educar na tolerância e no respeito dos outros quando se acirram os ódios e se prega a violência; sabem que quando se desviam recursos para a guerra, a educação é sempre afectada. Por isso, a paz assume-se não só como um valor fundamental a preservar, mas também como instrumento essencial para garantir outros valores essenciais como a liberdade, a educação e a saúde.  
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MOÇÃO

contra a regressão social
pelos direitos dos trabalhadores
pela Paz, contra a Guerra


  1. Considerando o ignóbil ataque dos Estados Unidos da América contra o povo do Iraque, que teve lugar na madrugada de 20 de Março de 2003;

  2. Considerando que o 20 de Março ficará na história como o dia em que um país, os EUA, decidiu unilateralmente, à margem da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, e valendo-se de um desmedido poderio militar, desencadear uma guerra, de há muito preparada e anunciada, sem atender ao clamoroso e indignado protesto dos povos.

  3. Considerando que esta guerra não tem qualquer justificação, a não ser à luz da estratégia imperial dos EUA em assumirem o controle dos centros de produção energética e das respectivas rotas de escoamento, o domínio geo-estratégico, a par do inaceitável conceito de guerra preventiva, tornando assim os seus desígnios como lei universal e desenhando, desta forma, os contornos de uma nova ordem internacional unilateral;

  4. Considerando os efeitos nefastos que esta agressão inevitavelmente arrastará, nos planos político, económico e social, da qual os trabalhadores e as camadas mais desfavorecidas da população serão os primeiros a sofrer os respectivos impactos.

Os trabalhadores presentes nesta concentração / manifestação decidem:

  • Condenar energicamente o ignóbil ataque dos Estados Unidos da América contra o povo do Iraque iniciado na madrugada de 20 de Março de 2003;
  • Condenar o papel do Governo português nos preparativos e na utilização do território nacional para o desencadear desta guerra;
  • Solidarizar-se com o povo e os trabalhadores do Iraque (o que não significa qualquer apoio ao regime), exigindo o fim imediato dos bombardeamentos, a retirada das tropas de ocupação, o regresso dos inspectores e a retomada do processo de desarmamento no cumprimento das resoluções das Nações Unidas;
  • Apelar aos trabalhadores portugueses para que participem activamente nas jornadas de protesto promovidas pelas organizações que lutam pela Paz e contra a guerra e, em particular, na manifestação que, em Lisboa, sairá do Marquês de Pombal para o Rossio, às 15.00 horas de sábado, dia 22 de Março de 2003.

21 de Março de 2003
Moção aprovada nas acções da Jornada nacional realizada 
pela CGTP-IN, no âmbito da jornada europeia realizada nesta data 
por iniciativa da CES - Confederação Europeia de Sindicatos