Cerca de 2 000 pessoas são esperadas em Córdova, na Andaluzia, entre 29 de Outubro e 1 de Novembro deste ano, para participarem no Fórum Social Ibérico para a Educação (FSIPE). A iniciativa está a ser preparada com grande dinamismo e promete contribuir para "a consolidação de uma rede mundial de luta contra a mercantilização da Educação e pela democratização efectiva do direito à educação pública de qualidade para todos".
O objectivo do Fórum, cujo comité organizador esteve reunido no primeiro fim-de-semana de Junho em Lisboa (foto), é "tornar possível um amplo debate em que participem todos os sectores sociais, com a finalidade de incluir todas as perspectivas e de colocar a educação como prioridade e responsabilidade de toda a sociedade".
No encontro de Córdova, cidade onde se cruzam tradições, saberes e culturas, estarão representadas associações e federações representativas de diferentes sectores (docentes, pais e encarregados de educação), entidades culturais, escolas, universidades, institutos, movimentos sociais, sindicatos e confederações sindicais, fóruns sociais, organizações não governamentais, movimentos pedagógicos, entre outras entidades, registando-se novas adesões em cada semana que passa.
Três eixos temáticos
O FSIPE, observa o documento-projecto, "faz parte do processo do Fórum Social Mundial, que se iniciou em 2001 e que veio a transformar-se no mais amplo espaço de articulação de iniciativas sociais, de desenvolvimento de pensamento crítico e de construção de alternativas à ordem neoliberal, sob a convicção comum de que "outro Mundo é possível".
Os dinamizadores do FSIPE sublinham que a educação, além de "um direito universal", é "um bem público, ao qual todos os cidadãos têm o direito de aceder em condições de igualdade", direito esse que os governos e administrações têm o dever de garantir.
Em Córdova, "o debate será desenvolvido em três temáticos fundamentais: Educação e Globalização; Cidadania e Educação; Educação como Direito Universal", como nos afirmou Ana Gaspar, do Secretariado Nacional da FENPROF e membro do comité organizador do FSIPE.
Rumo "a acções eficazes"
O comité organizador integra várias entidades dos dois países. Do lado português: a FENPROF, a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), a FERLAP (Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais); a FERSAP (Federação Regional de Setúbal das Associações de Pais); o Instituto Paulo Freire; Movimento da Escola Moderna; a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR); a LOC (Liga Operária Católica); o Centro de Investigação e Intervenção Educativa; e a APEI (Associação de Profissionais de Educação de Infância), entre outras.
Do lado espanhol: Asociación Enseñantes com Gitanos; CGT (Confederación General del Trabajo); Confederación Intersindical Galega; Confederación Estatal de los Movimientos de Renovación Pedagógica; Consejo Internacional del Foro Mundial de Educación; Federación de Enseñanza de CC.OO; STEC-STEs - Unión Sindical de Trabajadores de la Enseñaza de Cataluña, entre outras.
O Jornal da FENPROF, o seu suplemento para o Ensino Superior (JF/Sup) e o site da Federação (www.fenprof.pt) acompanharão a par e passo os trabalhos preparatórios desta iniciativa, "espaço aberto ao aprofundamento da reflexão, o debate democrático de ideias, a formulação de propostas, a livre troca de experiências e a articulação para acções eficazes", tendo em vista "a construção de uma sociedade centrada no ser humano", que "não se conforme com as desigualdades sociais e que se oponha ao racismo, ao sexismo e à exclusão social".
JPO