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Uma porta aberta para muitos jovens artistas

XII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira

17 de junho, 2004


Uma porta aberta para muitos jovens artistas


Nesta edição de 2003 voltamos a contar com uma excelente participação a nível nacional e internacional, tendo aqui chegado inscrições de vários pontos do nosso país, do Brasil, da Europa central e de leste, revela ao site da FENPROF o Professor Henrique Silva, responsável da organização da XII Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Cerveira, marcada para 16 de Agosto a 21 de Setembro próximos. O artista e a globalização o seu papel como actor social é o tema geral do certame.

Apresentaram-se a concurso 610 obras, das quais foram seleccionadas 190. A qualidade dos trabalhos e o espaço disponível foram os motivos que presidiram a essa escolha. Posso adiantar que se não fossem as limitações do espaço poderíamos ter seleccionado entre 250 a 300 obras, revela Henrique Silva, que preside à prestigiada Bienal desde a sua 7ª edição, tendo também estado ligado ao projecto nos primeiros três anos.
Além da exposição com os trabalhos concorrentes, o programa da XII Bienal inclui a realização, entre 16 e 31 de Agosto, de oficinas, em regime de workshop (gravura, litografia, serigrafia, cerâmica, esculturas em resinas e pedra, arte electrónica, pintura e desenho). Nesse período decorrerão colóquios sobre o tema da Bienal e sobre o futuro das indústrias culturais da Galiza e do Minho, além de visitas guiadas para o público e espectáculos musicais e de teatro de expressão portuguesa e galega.
Entre os pontos altos deste evento, contam-se quatro homenagens:
* Ao escultor José Rodrigues, como reconhecimento pelo apoio que o conhecido escultor tem dado à vida cultural do país e à realização de edições anteriores da Bienal de Cerveira. Está prevista a apresentação, em espaço próprio, de uma colecção de Cristos com mais de 40 trabalhos do artista.
* O pintor Nadir Afonso é outro dos homenageados. No fecho desta edição do JF, estava aberta ao pública uma exposição com 50 obras suas em Ourense (Junho), instalando-se depois (Julho) em Vila Nova de Cerveira.
* Está prevista também uma homenagem ao pintor Fernando Azevedo, recentemente falecido, um nome que esteve ligado a várias instituições da vida cultural portuguesa como a Fundação Calouste Gulbenkian e a Sociedade Nacional de Belas Artes. A exposição retrospectiva de F. Azevedo estará em Cerveira até 5 de Julho. Em Novembro/Dezembro será apresentada no Museu de Pontevedra, e em Janeiro na S.N.Belas Artes, em Lisboa.
* Ainda no âmbito das homenagens será lembrado o crítico de arte francês Guy Weelen, escritor, ensaísta e desenhador, falecido em Portugal depois de ter integrado o júri de premiação da última Bienal de Cerveira.

O mais importante é a inovação

Estendendo-se por vários espaços em Vila Nova de Cerveira (solar dos Castros, biblioteca, estação dos caminhos de ferro,  galeria Projecto, Casa do Artista, Turismo, Bombeiros Voluntários, Pousada D. Dinis, Convento de Sampayo), a Bienal regista uma dinâmica colaboração com várias entidades e artistas da Galiza (Museu e Faculdade de Belas Artes de Pontevedra e Centro Cultural de Ourense) e conta com apoios do Município (infraestruturas e espaços, suporte logístico) e os patrocínios de várias entidades ao abrigo da lei do mecenato, para além de concorrer a programas europeus.
As actividades da Bienal já começaram no princípio do ano com exposições e outras iniciativas comemorativas dos 25 anos de vida do certame, que necessariamente se renova.
As edições da Bienal são sempre diferentes. O mais importante é a inovação. Cair em repetições seria a morte de uma iniciativa com estas características, sublinha Henrique Silva.
Olhando para um património tão valioso como é o desta Bienal, lançámos um desafio a Henrique Silva: a escolha de um aspecto marcante destes 25 anos de actividade em prol das artes e da cultura. O artista e professor não hesitou: A Bienal tem sido uma porta aberta para muitos jovens artistas. Muitos chegaram aqui como desconhecidos e saíram com sólidas perspectivas de futuro, tornando-se depois artistas prestigiados, constituindo percursos com criatividade reconhecida e empenhamento, e contributos para a valorização da arte e da cultura do país.
Para se ter uma ideia do impacto da Bienal na vida do belo concelho minhoto de Cerveira, basta referir que a última edição (2001) registou cerca de 35 000 visitantes.
O convite aqui fica a todos os visitantes: de 16 de Agosto a 21 de Setembro passem por Cerveira!


E a Galiza aqui tão perto...

Nos seus 25 anos de existência, a Bienal de Vila Nova de Cerveira consolidou as suas estruturas como Bienal de Arte Contemporânea de interesse nacional e internacional. Pretende agora comemorar essa efeméride com um convite especial aos agentes culturais da Galiza, sublinha o Professor Henrique Silva. É objectivo deste XII Bienal a criação de laços culturais indispensáveis ao desenvolvimento de projectos comuns, reforçando desde já uma ligação entre os actores culturais de Vigo, Pontevedra e Ourense, através de acções e intercâmbios de projectos e artistas, e diversificando o seu programa com a intervenção dos próprios artistas e com o recurso a outros espaços expositivos e  ateliers , para além de espectáculos, colóquios e debates.

Concurso internacional

Aberto a todas as disciplinas artísticas, o Concurso Internacional da XII Bienal de Vila Nova de Cerveira tem como tema O artista e a globalização o seu papel como actor social. Estão previstos prémios para as melhores propostas:
-    Grande Prémio CM de Cerveira
-    Prémio Revelação
-    Prémio Jovem para Artes Electrónicas
-    Prémio Baviera
-    Prémio pintor Fernando Azevedo
-    Prémios de Aquisição.

                                                                                                                                                         JPO