Exmo. Senhor Presidente da Comissão Administrativa Provisória do AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANTÓNIO GEDEÃO – Almada
COMUNICADO
Os professores abaixo assinados vêm, por este meio, tomar posição relativamente às provas de Inglês - Key for Schools
O acordo celebrado entre o governo e entidades privadas para que os alunos do 9ºano realizem o teste diagnóstico de Inglês da Universidade de Cambridge, revelou-se um inaceitável negócio privado.
Poucos dias bastaram, após a publicação do despacho que criava o teste diagnóstico, para ser celebrado um protocolo com várias instituições e já o Estado Português transferia “mais-valias”' para uma instituição privada, envolvendo no negócio o Banco BPI, a Porto Editora, a Novabase, a Fundação Bissaya Barreto e a GlobeStar Systems.
Como é que um simples teste diagnóstico se transforma num exame obrigatório, envolvendo entidades privadas portuguesas e estrangeiras quando, para o efeito, existe o "know-how" português de instituições públicas com notoriedade no ensino das línguas (designadamente, os professores das escolas públicas do ensino secundário e as universidades portuguesas) que dariam garantias de qualidade neste âmbito? Se dúvidas restassem sobre as características pouco claras deste negócio, pouco edificante e ofensivo da nossa competência e dignidade profissionais, elas desapareceriam perante o facto de a Porto Editora já ter nos mercado os manuais e materiais de preparação para os testes, produzidos por professores portugueses.
Como professores do ministério da educação, não estamos ao serviço de instituições privadas e recusamo-nos a colaborar num processo ao qual não nos encontramos profissionalmente vinculados.
Repudiamos, assim, todo o serviço de vigilâncias e classificação de provas associado a este processo.
Almada, 28 de Abril de 2014
OS PROFESSORES SIGNATÁRIOS: