"Exigimos uma avaliação do desempenho séria e rigorosa. A que o Ministério da Educação quer impor não é séria nem é rigorosa. É burocrática! Exigimos a suspensão deste modelo. Não há espaço para soluções intermédias. A suspensão do modelo é o ponto de partida para uma verdadeira negociação com os sindicatos, representantes legítimos dos educadores e professores" (Mário Nogueira, conferência de imprensa da Plataforma Sindical, Lisboa, 17 de Novembro de 2008)
Nesse encontro com a comunicação social, Mário Nogueira, intervindo como porta-voz da Plataforma Sindical dos Professores, recordou não só a histórica jornada de 8 de Novembro (120 000 em protesto, do Terreiro do Paço ao Marquês de Pombal), como as acções de 5 de Outubro de 2006 (30 000 participantes nas comemorações do Dia Mundial do Professor) e de 8 de Março de 2008 (100 000 educadores e professores em manifestação).
"Só um Governo com uma política tão negativa e tão reprovada poderia ter uma contestação com este envolvimento e com este significado", sublinhou o dirigente sindical.
"Um novo modelo, sério, formativo,
não encaixa no ECD do ME"
"No dia 8 de Novembro estiveram na rua 80 por cento dos docentes. Provavelmente, terá sido um caso único no Mundo. É preocupante que o Governo não tire as devidas ilações políticas desta contestação, que vem, uma vez mais, desmentir e de forma categórica, a mensagem que o Governo se esforçou para fazer passar: uma coisa seriam os professores, outra os sindicatos?", observou o secretário-geral da FENPROF, ao dirigir uma vibrante saudação à unidade dos professores portugueses.
Ao impor o seu ECD, publicado em 19 de Janeiro de 2007, o ME e o Governo vieram criar piores condições para o exercício da profissão docente, recordou Mário Nogueira, que relacionou o "ECD do ME" com diversas matérias muito negativas que estão hoje a afectar os professores, caso da avaliação do desempenho. "Um novo modelo, sério, formativo, não encaixa no ECD do ME", salientou.
"Insuficiência democrática"
Mário Nogueira lembrou as infelizes declarações do Primeiro Ministro, da Ministra da Educação e dos Secretários de Estado após a extraordinária manifestação de 8 de Novembro, destacando a que tais tomadas de posição reforçaram o clima de instabilidade, a indignação dos profissionais do ensino e o seu legítimo protesto.
Desse conjunto de "frases infelizes, mentiras e ameaças", o dirigente sindical comentou especialmente a declaração da Ministra Lurdes Rodrigues segundo a qual uma manifestação de 120 000 cidadãos é um "acto de chantagem". A titular do Ministério da 5 de Outubro, alertou Mário Nogueira, revela assim clara "insuficiência democrática". Clara e preocupante. / JPO
