Nacional

Só com os professores pode haver mudança

21 de julho, 2003

FENPROF exige negociações sérias, democráticas e respeitadoras da representatividade das organizações sindicais.

Em 28 de Maio, realizou-se a reunião solicitada pela FENPROF, com urgência, dois meses antes, em 19 de Março.
Foi marcada no dia em que o seu Secretariado Nacional, à porta do Ministério da Educação, anunciou que, a partir do dia seguinte (20 de Maio), uma delegação sindical perma­neceria naquele local até que fosse marcada a reunião pretendida.

O David Justino afirmou, por volta das 16 horas, de dia 19 de Maio, que já tinha agendado tal reunião, acrescentando que ainda na semana anterior tinha reunido com a FENPROF. Nenhuma das afirmações é ver­dadeira.
A última reunião no M.E. teve lugar em 22 de Abril e apenas sobre uma questão sectorial, a Educação Pré-Escolar; quanto à marcação da reunião que a FENPROF exigia desde Março só às 18.11 horas foi comunicada, por fax do Ministério da 5 de Outubro, a sua marcação.
Poucos dias antes, em 15 de Maio, con­frontado com uma delegação sindical que exigia a reunião, David Justino afirmara que não faria outra coisa se passasse a vida a reunir com os Sindicatos de Professores.
Não sendo verdade que passe a vida a reunir com os Sindicatos, David Justino sabe que a maior e mais representativa organização sindical de professores e educadores deverá ter o tratamento adequado à sua dimensão e peso na sociedade portuguesa.
Para esta reunião pretendia-se, em primeiro lugar, esclarecer o relacionamento institucional entre o Ministério da Educação e a FENPROF, bem como a metodologia e o calendário negociais a adoptar.

Temas em agenda

Em carta enviada pelo Secretário-Geral da FENPROF ao Ministro da Educação é ainda solicitada informação sobre as matérias que nesta primeira reunião serão debatidas, permitindo desta forma a melhor preparação possível da mesma.
Recorda-se que em 19 de Março, a FENPROF tinha sugerido um conjunto de temas para que fossem agendados. Estes temas viriam a ser, posteriormente, aceites pelo Ministro como ordem de trabalhos. A saber:

  • Municipalização da Educação; gestão e administração das escolas; reordenamento da rede escolar.
  • Estabilidade profissional e de emprego dos docentes.
  • Respostas a diversas questões reitera­damente colocadas pela FENPROF ao Ministério da Educação, entre as quais se destacam matérias no âmbito do Estatuto da Carreira Docente.

Revisão da LBSE

Na carta enviada em Março, a FENPROF considerava ainda indispensável a definição das metodologias para um amplo e apro­fundado debate, com o envolvimento dos parceiros educativos, sobre a então anunciada revisão da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE).
Soube-se entretanto que o Governo aprovaria no dia 27, o Projecto de Lei a apresentar à Assembleia da República. Fê-lo sozinho, ignorando os parceiros educativos. Apesar disso, a FENPROF fez questão de reafirmar que não prescindirá de debater esta importante matéria com o Ministério da Educação, assim como promoverá um amplo debate com os professores, visando tomar a iniciativa junto da A.R. no quadro do amplo consenso que considera desejável na apro­vação de uma Lei desta natureza.
Esta reunião deverá ser o início de uma prolongada e profícua relação institucional que permita o desenvolvimento de processos negociais sérios, democráticos e respei­tadores da representatividade das orga­nizações sindicais docentes, tal como os professores exigem!