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Concurso Externo Extraordinário

Só 265 professores foram colocados em escolas em que não se encontravam; impacto do concurso na redução da falta de professores foi residual (11,6% das 2308 vagas abertas)

01 de dezembro, 2024

Foram colocados, no âmbito da mobilidade interna, os docentes que vincularam através do concurso externo extraordinário. De acordo com os número divulgados pelo MECI, confirma-se que este concurso não correspondeu às expetativas criadas pelo próprio ministro Fernando Alexandre que afirmava que ele seria a resposta ao problema da falta de professores. Afinal não foi: das 2308 vagas abertas só 265 (11,4%) foram preenchidas por docentes que nelas não se encontravam, como decorre dos números:

• Foram abertas 2308 vagas no concurso externo extraordinário;

• Só foram preenchidas 1822;

• 153 dos docentes colocados não aceitaram a colocação, o que reduz para 1669 vagas preenchidas;

• Segundo o comunicado do MECI, no âmbito da mobilidade interna foram colocados 1094 docentes;

• Dos 1094 docentes colocados, 829 mantiveram-se nas escolas em que se encontravam, o que significa que só 265 terão preenchido outras necessidades;

• Destes 265, falta ainda saber quantos docentes estão contratados, só se podendo apresentar na escola em que foram colocados depois de serem substituídos, o que poderá não acontecer, devido à falta de professores.

De acordo com estes números, o concurso externo extraordinário foi importante para os professores que vincularam, porque passaram a integrar os quadros e ingressam na carreira. No entanto, em relação ao efeito que se anunciava de resposta à falta de professores, o concurso foi um insucesso, tal como foi a contratação de docentes aposentados e, provavelmente outras medidas das quais o MECI tarda em divulgar os números. Por exemplo, o de docentes que adiaram a aposentação, o de docentes do ensino superior e investigadores que se candidataram para dar aulas, bem como o de mestres e doutores ou o de bolseiros de doutoramento. A FENPROF requereu estes números ao ministro, mas até hoje não obteve resposta, admitindo, se esta não chegar no prazo legal estabelecido, recorrer ao TAF de Lisboa, no sentido de o governante ser intimado judicialmente a divulgá-los.

A FENPROF vai reunir nos dias 5 e 13 de dezembro no ministério. Em ambas as reuniões exigirá conhecer os números de cada medida aprovada pelo MECI e, principalmente, exigirá que seja tomada aquela que contribuirá, de facto, para resolver o problema da falta de professores: a entrada em vigor de um ECD, revisto e valorizado, no próximo ano letivo, devendo a negociação decorrer ao longo do ano em curso.

O Secretariado Nacional da FENPROF