Nacional
SJ pediu reunião urgente com Mota Amaral

Sindicato dos Jornalistas rejeita limitações à liberdade de imprensa

14 de janeiro, 2004

?O Sindicato dos Jornalistas não compreende qualquer alteração legislativa que conduza a maiores limitações à liberdade de imprensa?, afirma aquela organização sindical em comunicado recentemente divulgado, no qual dá conta do pedido de uma reunião com carácter de urgência ao presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, e à presidente da Comissão dos Assuntos Constitucionais, deputada Assunção Esteves.

 

A iniciativa do SJ surgiu na sequência das palavras proferidas, na sessão de 7 de Janeiro, pelo Presidente da Assembleia da República e pela deputada Assunção Esteves, bem como de notícias ulteriores relativas à eventualidade de revisão dos limites à liberdade de imprensa. O Sindicato dos Jornalistas reage assim também ?face à gravidade do momento e às consequências de uma eventual alteração do quadro constitucional e legal de um valor tão essencial como a liberdade de imprensa?.

?Sem prejuízo da exposição e discussão, de viva voz, das opiniões e propostas?, a Direcção do SJ aproveitou a oportunidade da referida mensagem para reiterar o seguinte:

1. O exercício da liberdade de expressão e, em concreto, do jornalismo, assim como os seus profissionais, não estão nem podem estar acima da Lei, pelo que todos os jornalistas são civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos;

2. A Constituição da República Portuguesa, o Estatuto do Jornalista, a Lei de Imprensa e a própria lei penal contêm já limites suficientes à liberdade de imprensa, agravando mesmo as penas por crimes cometidos através dos meios de comunicação social;

3. O Sindicato dos Jornalistas renova a sua permanente disponibilidade para continuar a reflectir sobre os problemas do exercício do jornalismo em geral e da cobertura de casos concretos, seja em termos de exposição pública, de que são prova os seus sucessivos documentos e debates, seja em diálogo com outros profissionais ou com os poderes públicos;

4. O Sindicato dos Jornalistas não compreende qualquer alteração legislativa que conduza a maiores limitações à liberdade de imprensa, nem respostas por impulso e casuísticas a problemas que reclamam análise ponderada e decisão responsável;

5. O Sindicato dos Jornalistas compreende que o momento que se vive é particularmente sensível, mas considera que os valores em causa merecem a recondução das nossas reflexões e da nossa acção a parâmetros de serenidade e objectividade que as nossas funções exigem, devendo evitar-se reagir ao ritmo da notícia;

6. Numa altura de evolução da sociedade - e por conseguinte do sistema dos média e dos Poderes - em que o tempo comercial já comanda e comprime o tempo jornalístico, seria útil que o tempo legislativo - ao menos este! - não ficasse refém de tão dramática mutação.