Manuel Assunção
Reitor da Universidade de Aveiro
As Universidades devem ter um papel preponderante de discussão das grandes questões nacionais, como é o caso das Funções Sociais do Estado, sublinhou o Reitor da Universidade de Aveiro.
“Os portugueses precisam de mais e não de menos educação” factor de mais cidadania, mais conhecimento e mais oportunidades de escolha
O Professior Manuel Assunção reafirmou o papel das universidades e do conhecimento, como factor de soberania e como reserva de decisão estratégica. Necessidade desmontar a questão da formação para o desemprego. Discurso perigoso. Tem de se ter em conta a empregabilidade e as famílias e os jovens têm de saber escolher, mas não há alternativa à formação.
Afirmando que a melhor integração no mundo de trabalho depende de mais formação, destacou que a capacidade de escolher depende da educação. O regresso à escola de ativos é por isso, também, fundamental, numa clara alusão à redução intencional da oferta perpetrada por este governo, neste âmbito.
A exigência que se coloca aos atores da formação – os professores – por vezes não tem o devido reconhecimento social, declarou.
Temo que a Educação seja demasiado invisível aos olhos do poder e da opinião pública, alertou.
Sublinhou a importância e a oportunidade de iniciativas de reflexão e debate como esta, para bem do país e da educação, ou seja: do futuro!
A exiguidade do financiamento depende da exiguidade do Estado, dizem. O reitor não concorda. O financiamento do ensino superior tem cortes superiores à restante administração pública. É por isso uma escolha política. Tem muito a ver com esta questão das funções sociais do Estado.
Adelino Pereira
Coordenador US Aveiro
Desde 2010/2011, foram encerradas 150 escolas do 1.º CEB, no interior do país e em zonas de montanha. As crianças deixaram de ter a escola junto à casa para serem obrigadas a , por vezes, longas deslocações, sem melhoria das condições de ensino.
Aumenta a desertificação do interior do distrito e aumentam os custos para as famílias, onde a média salarial é a mais baixa do país, lembrou Adelino Pereira.
Isto tem levado a algum abandono escolar e ao insucesso escolar, alertou o sindicalista. As crianças, referiu, passam o dia na viagem e na escola.
Esbate-se o trabalho infantil, embora se mantenha no calçado, no têxtil e na cortiça. Esta situação poderá agravar o problema do trabalho infantil, alertou o Coordenador da USA.
Este debate é importante para que nos preparemos para combater a intenção do governo de atacar as funções sociais do Estado./ LL com JPO