"Cortar nos recursos de que as escolas dispõem – humanos, físicos, materiais, financeiros –, e de forma tão violenta, impede que cumpram adequadamente a sua missão de ensinar, formar, educar e qualificar", alerta o Manifesto divulgado esta quinta-feira, 18 de Novembro, em Lisboa, subscrito por diferentes organizações representativas da comunidade educativa.Na conferência de imprensa de apresentação do Manifesto estiveram presentes Mário Nogueira (Federação Nacional dos Professores), Joaquim Ribeiro (Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação), Inês Faria (Sindicato Nacional dos Psicólogos), Luis Pesca (Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública) e José Calçada (Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino).
Quando o Governo desfere um dos mais violentos ataques à Educação e à Escola Pública, por via do Orçamento de Estado para 2011, a comunidade educativa não poderia ficar indiferente... e não ficou. Assim, várias organizações representativas de quantos intervêm na escola e na Educação, juntaram-se e construíram um Manifesto, que, nos próximos dias, vai chegar a vários órgãos de soberania e entidades, merecendo também uma ampla divulgação nacional junto das escolas e de todos os sectores relacionados com o Ensino e a Educação.
Os representantes das organizações presentes neste encontro sublinharam as suas preocupações face ao panorama actual da Educação no nosso país e às consequências de um corte de 11,2 por cento das suas verbas.
Como foi referido no diálogo com a comunicação social, "quem fez este Orçamento de Estado não sabe o que é uma escola nem conhece as condições que precisa para funcionar". / JPO
Na próxima edição do JF:
destaque para as declarações de Mário Nogueira, Joaquim Ribeiro, Inês Faria, Luis Pesca e José Calçada
Nota de imprensa das organizações
subscritoras
Após a sessão de apresentação do Manifesto, foi divulgada esta nota:
Oito organizações representativas da comunidade educativa subscreveram hoje um Manifesto sobre Educação que será enviado às seguintes entidades: Presidente da República, Primeiro-Ministro, Ministra da Educação, Presidente do CNE, Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República e grupos parlamentares. Serão solicitadas audiências à Senhora Ministra da Educação e à Comissão Parlamentar de Educação e Ciência.
Para os subscritores – CONFAP, CNIPE, DNAEESB, FENPROF, FNSFP, SIEE, SNP e STAL –, as preocupações sobre o futuro da Educação, mesmo o futuro próximo, são imensas e profundas. De imediato, coloca-se o Orçamento de Estado para 2011 que, tendo em conta os fortes cortes impostos directamente à Educação e, indirectamente, através da redução de verbas para as autarquias, faz adivinhar um ano muito difícil com diversas escolas em situação de potencial ruptura.
Não é aceitável que a Educação, outrora considerada uma paixão, seja hoje tão dês valorizada, como se infere do conjunto de medidas ditas de racionalização, que o OE para 2011 integra. Tais medidas, de matriz única – economicista –, terão um impacto fortíssimo e, por tão negativas, gravíssimo na Educação, nomeadamente nas condições de organização pedagógica e funcionamento das escolas, no emprego dos profissionais de Educação, na qualidade do ensino e no apoio social às famílias.
As organizações ora subscritoras, manifestam-se disponíveis para encetarem um caminho de convergência e encontro no sentido de contribuírem para uma alteração profunda do rumo que actualmente é seguido pelas políticas educativas.
As organizações subscritoras