
Arrancou a Conferência da Interjovem com a participação de professores de todo o país. “Com os Sindicatos. Com os valores de Abril. Defender e organizar os Jovens Trabalhadores” é o lema que dá o mote para as muitas intervenções e para a Resolução que a Conferência virá a aprovar. A FENPROF tem presente nesta iniciativa vários dos membros dos seus órgãos dirigentes e, de manhã, Catarina Teixeira, membro do Secretariado Nacional da FENPROF, chamava a atenção para o facto de, sendo a “Educação um dos pilares fundamentais da nossa sociedade e direito fundamental consagrado na Constituição de Abril” a consagração do seu direito é indissociável da Escola Pública , “veículo para a formação integral do indivíduo e fundamental para garantir a igualdade de oportunidades de todas as crianças e jovens”, independentemente da sua condição social.
A dirigente do SN não deixou de denunciar que, apesar da sua importância, a Escola Pública e os seus profissionais são alvo de um enorme ataque, traduzido por baixo financiamento e pelo agravamento das condições de trabalho e de funcionamento. “Os professores, e em especial os jovens professores, deparam-se com uma profissão pouco atrativa, cujas condições de trabalho não dignificam a profissão e a responsabilidade que desempenham. As condições precárias, com a falta de estabilidade laboral e de baixos salários, obrigam muitos jovens professores a deslocarem-se para longe das suas residências para poderem trabalhar, muitos sem qualquer tipo de apoio económico, criando injustiças e discriminação entre docentes”.
A denúncia que levou à conferência prosseguiu com números que devem obrigar-nos a pensar: “mais de 22 000 horários preenchidos por docentes com vínculos precários” para satisfazerem necessidades permanentes; “contratação de docentes com habilitação própria, que, até dezembro, rondava os 4000 docentes”; “30 000 alunos tinham falta de pelo menos um professor a uma disciplina”.
Catarina Teixeira deixava, assim, clara a situação crítica dos sistema de ensino, designadamente da escola pública, defendendo a “urgente valorização e a atratividade da profissão, num momento em que se inicia a discussão do Estatuto da Carreira Docente”, devendo ser essa a prioridade do governo, não parecendo, no entanto, ser essa a opção. A terminar, clarificou que a “FENPROF defende um Estatuto da carreira que atraia os jovens” para a profissão e reivindicou “a eliminação da discriminação de docentes em função da natureza do vínculo, mas também a valorização salarial de forma significativa nos primeiros índices salariais, bem como uma carreira sem quotas nem vagas de acesso aos seus escalões”. | DIC FENPROF
Intervenções realizadas pelos docentes participantes na X Conferência
Intervenção de Catarina Teixeira (Secretariado Nacional da FENPROF)
Intervenção de Daniel Nunes (SPRC)
Intervenção de Cláudio Moreira (SPN)
Intervenção de João Tojeira (SPRC)
(em atualização)