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Levantamento de dados relativos à falta de professores

PROFESSOR é a palavra do ano, mas são precisamente estes que continuam a faltar em muitas escolas

03 de janeiro, 2024

Hoje, dia de regresso às aulas, ficou a saber-se que os portugueses elegeram a palavra PROFESSOR como a do ano 2023. Este é um reconhecimento da maior importância para os profissionais que tem sido tão desrespeitados, com a desvalorização da profissão a provocar uma crescente e preocupante falta de professores profissionalizados nas escolas.

Na última semana antes da interrupção, a FENPROF fez um levantamento sobre a falta de professores, envolvendo mais de duzentas escolas e agrupamentos. Esta quarta-feira, 3 de janeiro, a FENPROF divulgou os resultados do levantamento efetuado em conferência de imprensa.

Além dos números, a FENPROF quis saber em que condições as escolas estão a trabalhar e de que forma estão a conseguir fazer face ao problema crescente da falta de professores. Dos dados recolhidos, que poderão ser consultados abaixo, deixamos as seguintes notas de destaque:

Dificuldades das escolas para completar o corpo docente

˃ 22,6%, quase ¼, das escolas que responderam não conseguiram completar o corpo docente ao longo de todo o 1.º período;

˃ Foram menos de metade (41,3%) as escolas que conseguiram completar o corpo docente até final de setembro.

 

Recurso a docentes com habilitação própria

˃ Quase 60% das escolas teve necessidade de recorrer a docentes sem habilitação profissional, só no 1.º período letivo.

 

O recurso a docentes com habilitação própria em 2023/2024 comparado com o ano letivo anterior

˃ Em mais de 70% das escolas o recurso a docentes com habilitação própria foi, no mínimo, igual ao ano passado, com 24% (praticamente ¼ do total) a ter de contratar um número superior, devido à crescente falta de professores.

 

Impacto da aposentação de docentes no 1.º período letivo

˃ Em quase 20% das escolas, a aposentação de professores teve impacto, agravando a falta já existente ou provocando-a pela primeira vez;

˃ Entre 1 de setembro e 31 de dezembro de 2023 aposentaram-se 1415 docentes, correspondendo a cerca de 1,2% do total de docentes a trabalhar nas escolas;

˃ Nos restantes meses do ano 2023 tinham-se aposentado 2106 docentes, mas esse número tenderá a aumentar, como já indicia o mês de janeiro de 2024, com a aposentação de 434 professores e educadores, mais 50,2% do que no mesmo mês do ano anterior.

 

Falta de professores por grupo de recrutamento

˃ Dos 208 agrupamentos e escolas não agrupadas respondentes, só 36 (17,3%) referiram não ter havido qualquer problema relacionado com falta de professores, ou seja, em 82,7% a falta de professores foi e/ou é um problema sentido.

˃ Dos 34 grupos de recrutamento existentes, as escolas só não referiram falta de docentes em 5 grupos: 310 (Latim e Grego), 340 (Alemão), 560 (Ciências Agropecuárias), 610 (Música / 3.º Ciclo e Secundário) e 620 (Educação Física / 3.º Ciclo e Secundário).

 

Consulta os dados completos no ficheiro disponibilizado abaixo.