Na edição de fevereiro de 2023 do jornal "Le Monde Diplomatique", o Secretário-geral da FENPROF analisa os últimos anos da luta dos professores e o que mudou desde os tempos da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, e enumera os motivos que os levam a manter o protesto: "Os objectivos visíveis e enunciados da luta dos professores são claros: regime de colocações justo, promotor de estabilidade e que elimine a precariedade; valorização da carreira e do salário; regime específico de aposentação; horários de trabalho adequados às exigências da sua profissão; protecção efectiva de quem se encontra doente, entre outros não menos importantes, e que os professores sintetizam em meia dúzia de palavras: Respeito pelos Professores; Valorização da Profissão".
Para Mário Nogueira, o diagnóstico é claro - a falta de investimento na Educação: "O investimento na Educação é fundamental e não existe, estando cada vez mais dependente de fundos que chegam acompanhados de elegibilidades nas quais os professores não contam. As escolas perdem profissionais todos os dias. Uns porque abandonam precocemente a profissão e outros porque se aposentam. Cresce o número de alunos que não têm todos os professores de todas as disciplinas e o de diplomados não profissionalizados que vão disfarçando o problema".
"Os professores sabem que dar resposta aos problemas que os afetam terá um efeito que vai muito para além do presente e do imediato, ou seja, de si mesmos; sabem que a valorização da profissão e a criação de condições de atratividade são decisivas para o seu futuro, o futuro da Escola Pública e da Educação de qualidade. Por isso lutam e por isso surge, nas suas palavras de ordem, cada vez com maior frequência, a expressão «Não paramos». É bom que assim seja: é sinal de determinação e firmeza num momento tão difícil como aquele em que vivemos, e de consciência de que a sua luta vai muito para além do problema que afeta cada um", conclui.
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