Pelo quinto ano consecutivo Portugal cresceu abaixo da média da União Europeia. O fraco crescimento económico de 2006 (1,3%) é inferior a menos de metade do que se terá verificado naquele espaço (as previsões da Comissão Europeia apontam para 2,8%).
Um crescimento que não foi suficiente para a melhoria do mercado de emprego, não evitando o aumento do desemprego para mais de 458 mil pessoas no final do ano nem o agravamento da taxa de desemprego para 7,7% no conjunto do ano.
Um crescimento que não se traduziu no aumento do nível de vida dos portugueses.
Um crescimento baseado em factores externos que o país não controla, como a procura externa, e não no investimento que, pelo segundo ano consecutivo, diminuiu em termos reais (1,7%), o que tem impedido níveis de crescimento económico mais elevados.
Os dados divulgados pelo INE apontam ainda para a persistência do défice da balança de bens e serviços (7,8% do PIB) e para o agravamento do endividamento em relação ao exterior, estimado em 8,7% do PIB.
O Governo PS tem responsabilidades no contínuo afastamento do país do crescimento verificado na União Europeia. A CGTP-IN entende que os níveis de crescimento económico mais elevados que o país carece são incompatíveis com uma política económica centrada na redução do défice, o que tem prejudicado - e continuará a prejudicar se não for invertida - o emprego, o investimento e o bem-estar dos portugueses. Pelo contrário, o país precisa de um forte crescimento do investimento público e privado que conduza à dinamização do aparelho produtivo e que permita gerar mais emprego e coesão social.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 2007-03-09