Nacional
Seminário da FENPROF sobre formação de professores a 17 e 18 de Março

Paulo Sucena: "São necessárias políticas educativas em sintonia com a Constituição"

23 de fevereiro, 2005

"A situação que se vive

actualmente em Portugal

exige que a Educação esteja

no primeiro plano das

preocupações de toda a

sociedade. Há quem esteja

obcecado com o défice,

transformando-o na

primeira prioridade. A

construção do futuro, nesta

etapa da vida do País, exige

outras perspectivas, que

passam por políticas

corajosas e objectivas de

incentivo ao

desenvolvimento social,

cultural e económico".

 

 

As palavras são de Paulo Sucena e

foram proferidas na conferência de

Imprensa realizada pela FENPROF,

em Coimbra, no passado dia 18 de

Janeiro, para apresentação do

documento "Contributos para uma nova

política educativa", elaborado pelo

Secretariado Nacional da Federação.

Na intervenção em que abordou esta

tomada de posição da FENPROF e no diálogo

que manteve com os jornalistas, o secretário-

geral da Federação Nacional dos

Professores acabou por chamar a atenção

para um conjunto de matérias que marcam

a actualidade do sistema educativo e a sua

profunda ligação com os desafios e os

destinos que se colocam ao País neste

momento difícil.

Paulo Sucena destacou, entre outros

aspectos, os grandes objectivos que, em

matéria de política educativa, estão

consignados na Constituição da República

e que devem nortear a actuação de qualquer

Governo, independentemente do seu

alinhamento político.

A Lei Fundamental, recordou o dirigente

sindical, aponta para uma Escola democrática

e para uma rede de estabelecimentos

públicos que cubra as necessidades de toda

a população. Há que pôr de pé, destacou

Paulo Sucena, políticas que efectivamente

respondam a esses nobres objectivos, que

sucessivos Governos têm adiado, em

sintonia com as pressões do neoliberalismo,

mais interessado na mercantilização do

ensino do que na sua expansão democrática.

O dirigente do SPGL e da FENPROF

condenou "a decisão leviana" de insistir nos

exames de 9º ano a Português e Matemática,

ainda por cima "num ano lectivo

que começou de forma desastrosa", lembrando

as posições críticas não só dos

Sindicatos de Professores e da Federação

mas também das associações profissionais

e da CONFAP (Confederação Nacional das

Associações de Pais).

 

Formação de professores

 

"A FENPROF é contra a transformação

das escolas em empresas", lembrou Paulo

Sucena a propósito das questões de gestão

e das ameaças crescentes à gestão democrática

dos estabelecimentos de ensino.

"Velha reclamação da FENPROF", a

formação de professores foi apontada pelo

dirigente sindical como uma matéria de viva

actualidade, chamando a atenção dos

jornalistas para o seminário que a Federação

vai realizar nos dias 17 e 18 de Março.

Sucena teve ainda oportunidade de

sublinhar a firme posição da FENPROF em

matéria de concursos de professores: em

defesa dos concursos universais, rigorosos,

isentos, contra concursos de natureza regional

e, naturalmente, contra as teses da

municipalização, que deixariam o caminho

aberto à sua partidarização.