Objectivo atingido. A plataforma sindical tinha pedido pelo menos 15 mil pessoas na marcha nacional. Ontem à tarde, entre 20 e 25 mil professores e educadores percorreram a distância entre o Marquês de Pombal e o Rossio, naquela que passou a ser a maior concentração de sempre da classe. Foi a atmosfera ideal para um anúncio há muito aguardado: hoje (6 Out.) os sindicatos entregam um pré-aviso no Ministério da Educação. E, se as negociações não sofrerem uma reviravolta radical, há greve nos dias 17 e 18.
Aconteça o que acontecer, os 14 sindicatos de professores já têm motivos para falar numa "batalha ganha", talvez a primeira em três meses de intensas - mas pouco prometedoras - negociações sobre o novo Estatuto da Carreira Docente.
A ministra, Maria de Lurdes Rodrigues, tem frequentemente feito declarações públicas distinguindo a postura sindical daquela que considera ser a vontade dos professores. Mas ontem teve quase 25 mil pessoas de todo o País - o equivalente a pouco menos de 20% dos 150 mil docentes ao serviço do seu ministério - a gritarem a plenos pulmões contra as suas políticas.
Outra questão, no entanto, é saber se esta marcha nacional e as anunciadas greves chegarão para fazer o ministério recuar no que considera ser uma reforma indispensável para o futuro das escolas e do ensino. Os sindicatos acreditam que sim.
"Hoje e agora demos um primeiro sinal", disse ao "DN" Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). Esperamos que seja um sinal claro e que o Governo o entenda. Mas, se for necessário, de certeza teremos estes e outros professores que não estiveram aqui prontos para outras acções de luta."
Aconteça o que acontecer, os 14 sindicatos de professores já têm motivos para falar numa "batalha ganha", talvez a primeira em três meses de intensas - mas pouco prometedoras - negociações sobre o novo Estatuto da Carreira Docente.
A ministra, Maria de Lurdes Rodrigues, tem frequentemente feito declarações públicas distinguindo a postura sindical daquela que considera ser a vontade dos professores. Mas ontem teve quase 25 mil pessoas de todo o País - o equivalente a pouco menos de 20% dos 150 mil docentes ao serviço do seu ministério - a gritarem a plenos pulmões contra as suas políticas.
Outra questão, no entanto, é saber se esta marcha nacional e as anunciadas greves chegarão para fazer o ministério recuar no que considera ser uma reforma indispensável para o futuro das escolas e do ensino. Os sindicatos acreditam que sim.
"Hoje e agora demos um primeiro sinal", disse ao "DN" Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). Esperamos que seja um sinal claro e que o Governo o entenda. Mas, se for necessário, de certeza teremos estes e outros professores que não estiveram aqui prontos para outras acções de luta."
O próximo passo dos sindicatos, para além da entrega do pré-aviso de greve, será a realização de duas reuniões, hoje e segunda-feira, com o objectivo de entregar ao ministério uma "proposta conjunta" assinada por todas as organizações, numa reunião extraordinária marcada para o próximo dia 12.
"O Ministério da Educação tem acusado os sindicatos de estarem entrincheirados nas suas posições, o que é mentira", considerou Mário Nogueira, do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL, Fenprof). "Nós vamos apresentar- -lhes uma proposta conjunta, assinada por todos, algo de inédito na história das negociações com os sindicatos". Esta proposta, explicou, "não será uma defesa do velho estatuto", mas terá as condições "mínimas" para haver consenso.
Para Paulo Sucena, secretário-geral da Fenprof, a reunião de dia 12 terá "contornos decisivos relativamente à posição das 14 organizações sindicais". De resto, não é por acaso que o pré-aviso de greve aponta os dias 17 e 18, em que estavam agendadas novas reuniões com o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira. "Se no dia 12 o ministério der provas materialmente inequívocas de que está disposto a negociar, abre-se uma nova porta. Senão, outras lutas virão a seguir."
O problema é que os "mínimos" exigidos envolvem questões como a "eliminação da distinção de categorias" ou a ausência de "quotas sobre o número de professores que podem receber as notas mais altas e progredir". Questões, até agora, fora dos horizontes negociais do ministério.
Mas para os milhares que ontem percorreram a avenida, alternando os slogans de crítica às manifestações de orgulho pela profissão que desempenham, todas as exigências parecem ter voltado a ser viáveis.
"O Ministério da Educação tem acusado os sindicatos de estarem entrincheirados nas suas posições, o que é mentira", considerou Mário Nogueira, do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL, Fenprof). "Nós vamos apresentar- -lhes uma proposta conjunta, assinada por todos, algo de inédito na história das negociações com os sindicatos". Esta proposta, explicou, "não será uma defesa do velho estatuto", mas terá as condições "mínimas" para haver consenso.
Para Paulo Sucena, secretário-geral da Fenprof, a reunião de dia 12 terá "contornos decisivos relativamente à posição das 14 organizações sindicais". De resto, não é por acaso que o pré-aviso de greve aponta os dias 17 e 18, em que estavam agendadas novas reuniões com o secretário de Estado adjunto da Educação, Jorge Pedreira. "Se no dia 12 o ministério der provas materialmente inequívocas de que está disposto a negociar, abre-se uma nova porta. Senão, outras lutas virão a seguir."
O problema é que os "mínimos" exigidos envolvem questões como a "eliminação da distinção de categorias" ou a ausência de "quotas sobre o número de professores que podem receber as notas mais altas e progredir". Questões, até agora, fora dos horizontes negociais do ministério.
Mas para os milhares que ontem percorreram a avenida, alternando os slogans de crítica às manifestações de orgulho pela profissão que desempenham, todas as exigências parecem ter voltado a ser viáveis.