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Secretariado Nacional reuniu em 6 e 7 de Outubro e apresentou balanço desses plenários em conferência de imprensa (foto)

Nas vésperas do Dia Mundial do Professor, FENPROF promoveu plenários em todo o País

26 de outubro, 2005

Os sindicatos constituintes da FENPROF promoveram no dia 4 de Outubro plenários em todas as capitais de distrito e noutras localidades, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Professor. Como foi sublinhado em conferência de imprensa, participaram nesses encontro mais de 15 mil docentes.
Só no plenário de Ponta Delgada, em São Miguel (Açores) estiveram presentes cerca de 1200 educadores e professores, como revelou Paulo Sucena.
Além do secretário-geral da FENPROF, estiveram neste encontro com os profissionais da comunicação social os dirigentes António Avelãs (SPGL), Abel Macedo (SPN), Mário Nogueira (SPRC), José Filipe Estevéns (SPZS), Nuno Maciel (SPRA) e Marília Azevedo (SPM), todos membros do Secretariado Nacional da Federação.

Nos plenários foi posta à discussão uma moção intitulada "Por uma profissão docente respeitada / Por um futuro melhor para a Educação".

De seguida, em muitas das capitais de distrito, os professores e educadores dirigiram-se às instâncias descentralizadas do Governo (Governos Civis ou Direcções Regionais de Educação) entregando aí a Moção aprovada. Nas suas deslocações, os professores e educadores presentes distribuiram à população um texto de sensibilização para a situação actual dos professores em Portugal.

Os professores e educadores sentem-se ultrajados com a postura anti-negocial do Governo, e do Ministério da Educação em particular, que tem vindo a impor medidas extremamente gravosas para a sua condição profissional. De entre estas medidas avultam, no início deste ano lectivo, a alteração do horário dos professores, sem uma definição clara de funções a desenvolver pelos docentes neste aumento do horário, introduzindo uma grande "intranquilidade" nas escolas.
Tudo isto sustentado através de uma ignóbil campanha contra a profissão docente, de um momento para o outro considerada como estando alicerçada em "privilégios ilegítimos", servida por profissionais que não trabalham e que se reclamam de uma especialização que afinal não é necessária.

No final do ano lectivo já os professores tinham sido vítimas (tal como todos os trabalhadores da administração pública) do aumento do tempo de serviço para a aposentação, do bloqueamento da progressão na carreira e do roubo do tempo de serviço até final de 2006. Por estes motivos realizaram greves em Junho.
O regresso às aulas trouxe-lhes agora a confusão generalizada com os horários, com situações de enorme injustiça e, em muitos casos, de flagrante ilegalidade. A crispação e o desalento apoderaram-se das escolas e dos docentes. Exactamente o inverso do que é necessário para vencer os desafios com que o sistema educativo se confronta.

No passado dia 4 de Outubro os professores desenvolveram iniciativas destinadas a sensibilizar a população para os gravíssimos problemas que hoje se colocam à educação em geral e aos professores em particular. Para o efeito distribuiram um texto à população ("Não é legítimo roubar o futuro aos professores").

Posteriormente, a 6 e 7 de Outubro esteve reunido em Lisboa o Secretariado Nacional da FENPROF que analisou o resultado desta acção nacional de carácter descentralizado e tomou decisões quanto ao futuro da luta dos docentes. No dia 7 decorreu uma conferência de Imprensa em que essas matérias estiveram em foco. Além de sentimentos de indignação e revolta, os plenários de 4 de Outubro evidenciaram, da parte dos docentes, uma clara disponibilidade para a acção, como observou Paulo Sucena.
"Estamos a contar com uma presença muito significativa de educadores e professores na Manifestação Nacional marcada para 20 de Outubro em Lisboa", realçou o secretário-geral da FENPROF.
"A política do ME está a pôr em causa a identidade profissional dos docentes", afirmou Paulo Sucena noutra passagem desta conferência de imprensa. O dirigente sindical destacaria ainda a "abertura e a disponibilidade da FENPROF" para as negociações, numa postura de responsabilidade. Até ao momento, o ME insiste numa política de fuga à negociação das matérias fundamentais para a vida das escolas e dos docentes, "retalhando o ECD "aspectos essenciais" e desprezando direitos fundamentaos alcançados pelos educadores e professores de Portugal.