Quando, em 30 de Maio, os trabalhadores portugueses aderirem à Greve Geral, é necessário que os professores e educadores compreendam que a greve é também deles e, em greve, encerrem as suas escolas.
De facto, os objectivos que levaram a CGTP-IN a marcar este dia de convergência de todas as lutas, dizem muito aos professores e educadores. De entre todos, destacam-se, por exemplo, o combate ao desemprego e à precariedade dos vínculos laborais, a exigência de carreiras profissionais dignas e valorizadas ou a recusa de uma reforma da Administração Pública unicamente orientada contra os trabalhadores que ficarão sujeitos a um ímpio regime de mobilidade especial (supranumerários). Mas também são motivos maiores desta luta, a recusa de regimes de avaliação do desempenho que, de forma empobrecedora, têm como fim único a penalização dos docentes no plano profissional e mesmo pessoal, a exigência de revogação dos constrangimentos administrativos impostos para impedir a normal progressão nas carreiras, designadamente quotas na avaliação do desempenho e vagas que limitam o acesso aos escalões de topo, a contagem integral de todo o tempo de serviço prestado pelos trabalhadores, ou, ainda, a reposição de horários de trabalho entretanto agravados.
Se os professores e educadores já compreenderam que as medidas impostas pelo ME são, em grande parte, decorrentes de políticas globais do Governo e, por essa razão, traduzem a aplicação aos docentes de normas do Código de Trabalho, do PRACE, do SIADAP, entre outros normativos, facilmente entendem que a luta contra tais medidas ganha muito mais força quando se desenvolve em convergência e unidade. Assim, integrar e reforçar a luta de todos é uma enorme responsabilidade que os professores e educadores, em 30 de Maio, terão de assumir.
Obrigar o Governo a mudar de políticas e levá-lo a recuar relativamente a medidas já aprovadas ou que ainda pretende aprovar (a flexigurança ou a possibilidade de despedimentos na Administração Pública, entre outras), será positivo também para os professores e educadores. Agora, claro está, se esperarmos que os outros lutem por nós? nada feito!
Dar mais força à força de todos os trabalhadores é desafio a que teremos de responder com muita determinação. Como todos sabemos, nestes momentos, a força dos Professores e dos Educadores Portugueses é sempre uma força muito importante que não pode ser desperdiçada! E se dar força à luta depende de todos, então, nenhum de nós pode ficar de fora? Dia 30 de Maio, na Greve Geral, contamos todos/as!
Mário Nogueira