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CGTP-IN alerta para novo agravamento do custo de vida

Medidas profundamente penalizadoras para trabalhadores e pensionistas no arranque do novo ano

03 de janeiro, 2008

O início deste ano está já marcado com medidas que são profundamente penalizadoras para parte significativa dos trabalhadores e pensionistas.

O Governo prevê no O.E. de 2008 uma inflação de 2,1%. É uma previsão subavaliada que, como noutros anos, só tem como objectivo conter os aumentos dos salários. Quanto aos preços de bens e serviços essenciais, o Governo permite que estes aumentem muito mais que a inflação prevista.

A exemplo disso, temos os transportes públicos que, em média, aumentam 3,9%, o gás entre 4,3 e 5,6%, as taxas moderadoras 2,4%, a electricidade 2,9%, as portagens 2,6%, os bens alimentares em geral entre 5 e 10%, e o pão, escandalosamente, poderá vir a aumentar 30%.

Também a água, as propinas em mais 2,1%, e as rendas de casa que sofrerão uma actualização entre 2,5 a 3,75%. E ainda há o risco das taxas de juro subirem bastante mais, aumentando assim os custos do endividamento das famílias.

Em contraste, os trabalhadores têm vindo a perder o seu poder de compra. Em 2007, os trabalhadores da Administração Pública só tiveram um aumento de 1,5% e já tinham tido, em anos anteriores, percas sucessivas. Para este ano o aumento salarial é de apenas 2,1%.

No sector privado, para além de muitos milhares de trabalhadores não terem tido aumentos salariais, em consequência do bloqueamento patronal da contratação colectiva em alguns sectores e os aumentos médios verificados na contratação colectiva situaram-se nos 2,7%.

Mesmo os trabalhadores abrangidos pelo S.M.N., tendo tido um aumento mais significativo, vão também ver o seu poder de compra absorvido, com estes aumentos de preços, dado que o seu rendimento é totalmente usado na obtenção de bens e serviços de primeira necessidade, e muitos destes aumentam mais que a inflação prevista. O mesmo se passa com os trabalhadores que auferem salários baixos.

Quanto às pensões, é incrível que o Governo ainda não tivesse dado a conhecer os seus valores, que entraram em vigor no dia 1 de Janeiro de 2008, e cujo aumento se deverá situar, no máximo, em 2,4% para a maioria dos pensionistas. Para os outros o aumento será inferior, o que irá degradar ainda mais o débil poder de compra de grande número dos reformados.

CGTP-IN
3/01/2008