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Manuela Mendonça: A IE e a crise Covid-19

07 de maio, 2020

MMendonca

 

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Manuela Mendonça, presidente do Conselho Nacional membro do Secretariado Nacional da FENPROF e membro da Comissão Executiva da Internacional da Educação

A IE e a crise Covid-19
A crise da Covid-19 está a ter um impacto devastador na educação, com a Unesco a estimar mais de 1,5 mil milhões de estudantes a serem afetados pelo encerramento das escolas em 165 países, correspondendo a cerca de 87% de todos os alunos inscritos. Mais de 63 milhões de professores e um grande número de outros trabalhadores da educação foram também afetados pela pandemia.
Neste contexto, dar continuidade ao processo educativo foi é uma tarefa de enorme complexidade, mas imprescindível. Daí que, à medida que os governos em todo o mundo foram tomando medidas para combater o surto de Covid-19, a Internacional da Educação (IE) e a sua estrutura europeia, o Comité Sindical Europeu da Educação (CSEE), tivessem vindo a acompanhar o evoluir da situação, procurando apoiar os Sindicatos membros na intensa atividade desenvolvida neste período, quer no plano profissional quer no plano laboral.  
O reflexo desta atividade está espelhado no sítio da IE (https://www.ei-ie.org/) com relatos sobre a situação na educação em vários países e regiões e de como os docentes, em tempo recorde, foram capazes de encontrar soluções novas, demonstrando grande dedicação aos seus alunos, mas também criatividade e profissionalismo. A isso não será alheia a perceção que hoje existe em muitos países de que a profissão docente ganhou neste processo reconhecimento social e uma maior compreensão da natureza e importância do seu trabalho. 
No sítio da Internacional da Educação podemos também encontrar as posições assumidas pela IE durante este período (a que faremos referência no próximo número do JF), bem como a sua intervenção junto dos ministros da educação de todo o mundo, para que as vozes dos educadores possam informar as decisões educativas. 
Dada a sua atualidade, destaco aqui o Guia da IE para a reabertura de escolas e instituições educativas – questão pertinente para Portugal mas também para um número crescente de países onde se discutem hoje medidas tendentes a aliviar o confinamento e a retomar gradualmente a educação presencial. Neste Guia, a IE prioriza cinco dimensões que devem ser consideradas pelos governos nesta nova fase do combate à pandemia: i) manter um diálogo social e político contínuo com os educadores e os seus Sindicatos, para todas as questões relacionadas com os passos a dar; ii) acordar, com clareza, as medidas de higiene necessárias para manter crianças, estudantes e os profissionais da educação em segurança e saudáveis; iii) dar prioridade máxima à equidade em todos os planos de transição; iv) apoiar o bem-estar e a recuperação física e emocional de todos os que sofrem de ansiedade e vão ter dificuldade em voltar à escola e adaptar-se a novas rotinas; v) basear na confiança no profissionalismo e na prática pedagógica dos docentes qualquer estrutura para a transição para a educação presencial. 
A análise do impacto da Covid-19 nos sistemas educativos dos diferentes países reforça o que já era por demais evidente: pese embora todas as diferenças (geográficas, socioeconómicas ou culturais), os problemas e os desafios que enfrentamos são, no essencial, os mesmos. A partilha de informação e a construção de posições comuns no âmbito das estruturas sindicais internacionais que a Fenprof integra são fundamentais para o desenvolvimento de uma ação estratégica e coordenada – a nível nacional, regional e global –, no sentido do aprofundamento da nossa capacidade coletiva de lidar com ameaças comuns.

 

A crise da Covid-19 está a ter um impacto devastador na educação, com a Unesco a estimar mais de 1,5 mil milhões de estudantes a serem afetados pelo encerramento das escolas em 165 países, correspondendo a cerca de 87% de todos os alunos inscritos. Mais de 63 milhões de professores e um grande número de outros trabalhadores da educação foram também afetados pela pandemia.

Neste contexto, dar continuidade ao processo educativo é uma tarefa de enorme complexidade, mas imprescindível. Daí que, à medida que os governos em todo o mundo foram tomando medidas para combater o surto de Covid-19, a Internacional da Educação (IE) e a sua estrutura europeia, o Comité Sindical Europeu da Educação (CSEE), tivessem vindo a acompanhar o evoluir da situação, procurando apoiar os Sindicatos membros na intensa atividade desenvolvida neste período, quer no plano profissional quer no plano laboral.  

O reflexo desta atividade está espelhado no sítio da IE (https://www.ei-ie.org/) com relatos sobre a situação na educação em vários países e regiões e de como os docentes, em tempo recorde, foram capazes de encontrar soluções novas, demonstrando grande dedicação aos seus alunos, mas também criatividade e profissionalismo. A isso não será alheia a perceção que hoje existe em muitos países de que a profissão docente ganhou neste processo reconhecimento social e uma maior compreensão da natureza e importância do seu trabalho. 

No sítio da Internacional da Educação podemos também encontrar as posições assumidas pela IE durante este período (a que faremos referência no próximo número do JF), bem como a sua intervenção junto dos ministros da educação de todo o mundo, para que as vozes dos educadores possam informar as decisões educativas. 

Dada a sua atualidade, destaco aqui o Guia da IE para a reabertura de escolas e instituições educativas – questão pertinente para Portugal mas também para um número crescente de países onde se discutem hoje medidas tendentes a aliviar o confinamento e a retomar gradualmente a educação presencial. Neste Guia, a IE prioriza cinco dimensões que devem ser consideradas pelos governos nesta nova fase do combate à pandemia: i) manter um diálogo social e político contínuo com os educadores e os seus Sindicatos, para todas as questões relacionadas com os passos a dar; ii) acordar, com clareza, as medidas de higiene necessárias para manter crianças, estudantes e os profissionais da educação em segurança e saudáveis; iii) dar prioridade máxima à equidade em todos os planos de transição; iv) apoiar o bem-estar e a recuperação física e emocional de todos os que sofrem de ansiedade e vão ter dificuldade em voltar à escola e adaptar-se a novas rotinas; v) basear na confiança no profissionalismo e na prática pedagógica dos docentes qualquer estrutura para a transição para a educação presencial. 

A análise do impacto da Covid-19 nos sistemas educativos dos diferentes países reforça o que já era por demais evidente: pese embora todas as diferenças (geográficas, socioeconómicas ou culturais), os problemas e os desafios que enfrentamos são, no essencial, os mesmos. A partilha de informação e a construção de posições comuns no âmbito das estruturas sindicais internacionais que a Fenprof integra são fundamentais para o desenvolvimento de uma ação estratégica e coordenada – a nível nacional, regional e global –, no sentido do aprofundamento da nossa capacidade coletiva de lidar com ameaças comuns.