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"Diário de Notícias", 11/12/2003

Maior abandono escolar está a Norte

22 de setembro, 2004

Estudo: Escolarização mais baixa do País a todos os níveis de ensino. Escalão dos 12 aos 14 anos foge à regra

A região Norte tem a mais baixa taxa de escolarização do País no ensino não obrigatório e na frequência do pré-escolar. No ensino obrigatório, os dados variam consoante o grupo etário, apresentando os piores resultados entre os 15 e os 23 anos, e sendo apenas ultrapassada por Lisboa no escalão dos 12 aos 14 anos. 
 
Estas são algumas das conclusões do estudo «Disparidades Territoriais em Educação na Região do Norte», elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) com base na informação dos Censos 2001, e que serviu de base (10/12) a uma reunião do ministro da Educação com o presidente da CCDR-N e os presidentes das associações de municípios. 
 
Assim, a taxa de pré-escolarização a Norte é de apenas 53,8 por cento, contra os 58,4 do País. As maiores disparidades ocorrem no Tâmega (43,1 por cento) e no Ave (45,6 por cento). Já no ensino obrigatório, este só é concluído por 96,9 por cento dos alunos a Norte, entre os 12 e os 14 anos, contra os 97,5 por cento da média nacional. Novamente o Tâmega com valores ainda mais baixos, seguido do Douro. 
 
O fosso aumenta no escalão dos 15 aos 17 (74,4 contra 81 por cento do Continente) e no dos 18 aos 23 (38,6 contra 44,3 da média nacional). Tâmega e Ave surgem, novamente, com as piores prestações. Para o ministro, este é o resultado visível da facilidade que as crianças destas regiões têm em desenvolver uma actividade económica remunerada. David Justino lembra que o combate ao abandono escolar precoce é um desígnio nacional, estando mesmo em preparação um plano nacional de prevenção. 
 
O objectivo é reduzir a taxa de abandono para menos de um por cento até 2010, sendo que actualmente a média nacional está nos 2,7 por cento. No secundário, a aposta é na redução da taxa de abandono dos actuais 45 para 25 por cento. Para o ministro o mais grave é que se trata de um « abandono desqualificado», pelo salienta a aposta do Governo no ensino profissionalizante.