Nacional
COMUNICADO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES DA AMEC

Luta com paralisação geral da "Metropolitana"

24 de maio, 2012

A Comissão de Trabalhadores da AMEC (Associação Música Educação e Cultura, que tutela a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Escola Metropolitana de Música, a Escola Profissional Metropolitana e a Academia Nacional Superior de Orquestra), juntamente com o Sindicato CENA, explicou em nota divulgada aos órgãos de comunicação social as razões da paralisação geral da METROPOLITANA na passada quinta-feira, 24 de maio.

Esta é a primeira medida de um conjunto de protestos que estão a ser preparados pelos professores, músicos e funcionários da instituição exigindo a demissão da Direcção da METROPOLITANA composta por Cesário Costa, Fátima Angélico e Paulo Pacheco após um processo de despedimento colectivo cirúrgico de retaliação contra aos trabalhadores que não assinaram a adenda contratual ilegal.

Chegou-se a uma situação que ultrapassou o limite do aceitável e equaciona-se seriamente a suspensão dos contratos de trabalho como forma de protesto, impossibilitando a realização dos concertos já agendados, levando ao cancelamento das aulas dos 450 alunos das 3 Escolas de Música (Profissional, Conservatório e Curso Superior) com consequências evidentes no normal funcionamento do Ano Lectivo e da instituição.

Os trabalhadores da METROPOLITANA estão cansados de assistir desde finais de 2008 à destruição da METROPOLITANA por parte de uma Direcção Inconsciente da sua Incompetência e que desde então foi responsável pela saída de um conjunto importantíssimo de Patrocinadores Privados, acelerando a saída de promotores regionais (Câmaras Municipais da área Metropolitana de Lisboa: lembramos que a AMEC chegou a ter 18 promotores regionais e neste momento conta apenas com 3) e agravando ainda mais a situação financeira da instituição.

No que respeita à vertente pedagógica, as três Escolas de Música têm sido alvo de uma total asfixia pedagógica, que tem conduzido ao abandono sistemático de alunos desde 2008 devido ao descontentamento dos pais (o Conservatório Metropolitano perdeu desde então mais de 80 alunos num universo de 350 aproximadamente).

Os professores sentem-se inibidos e estão completamente desmotivados: a oferta pedagógica tem empobrecido com a anulação de disciplinas curriculares importantes, cancelando iniciativas pedagógicas extracurriculares que geravam mais valias financeiras e uma visibilidade insubstituível com vista à angariação de novos alunos, numa evidente represália aos Trabalhadores que as desenvolviam. (por exemplo o cancelamento do WorkShop de Orquestra OML Júnior – Páscoa, que reunia mais de 200 estudantes de música de todo o país, numa semana de aperfeiçoamento musical e que culminava com um concerto de grande qualidade numa grande sala da capital).

Entretanto, foram hoje mesmo entregues pedidos de reunião com os fundadores da AMEC com vista à denúncia de toda esta degradação pedagógica, artística e laboral com consequências irreversíveis na instituição e que urge contrariar.

Os 160 trabalhadores têm contribuído desde Janeiro com uma parte significativa do seu salário para viabilizar a situação financeira da Metropolitana, mas não aceitam passar mais cheques em branco.

Abertura ao diálogo

Os trabalhadores, para além do seu trabalho, estão disponíveis para dialogar com os fundadores, tendo como objectivo a restruturação da instituição com base no Plano de Viabilização que foi apresentado pela Comissão de Trabalhadores. Os Trabalhadores pretendem ter um papel mais efectivo na Gestão e na supervisão da Administração da AMEC e com poder de nomeação dos directores uma vez que contribuem com cerca de 1 milhão de Euros por ano.

Entretanto, a METROPOLITANA está completamente à Deriva! A instituição tem sido alvo de processos de contra-ordenação levantados pela Autoridade para as Condições no Trabalho, devido à instauração de diversos processos judiciais por reduções salariais coercivas e ilegais, recusando-se a direcção a reunir com os trabalhadores, numa demonstração de autismo e prepotência, fazendo lembrar os tempos do Estado Novo.