João Ferreira foi o primeiro candidato à Presidência da República a reunir com a FENPROF, com o intuito de conhecer mais aprofundadamente a situação nas escolas, que, afirma, “resulta de um conjunto de problemas antigos, mas que têm ganhado maior visibilidade e uma dimensão mais agravada com a pandemia”.
Para João Ferreira, uma das lições desta pandemia é a importância fundamental do trabalho e da função social dos professores: “ficou claro para todos aqueles que sofreram, direta ou indiretamente, os efeitos do encerramento das escolas durante o confinamento e estou certo que há hoje muitas famílias que valorizam de uma outra forma o papel dos professores. No entanto, isso não tem tradução no seu estatuto profissional, nas suas condições de trabalho, nos seus salários e nos seus direitos”, declarou.
O candidato presidencial considera que a função social do professor tem vindo a sofrer um processo de degradação "que nos deve preocupar a todos, enquanto país" e que cabe ao Presidente da República dar um sinal que permita reverter essa degradação, pois esta é uma situação que deverá preocupar o Presidente da República e deve ser tida em conta no exercício dos seus poderes. “O Presidente da República não é governo, não lhe compete diretamente encontrar solução para os problemas. Mas deve usar os seus poderes, a sua intervenção pública e a forma como influencia outros órgãos de soberania e a perceção pública dos problemas para defender essa necessária valorização”, afirmou.
Para a FENPROF, as eleições para Presidente da República são de elevada importância, ou não estivesse em causa a escolha, pelos portugueses, do mais Alto Magistrado da Nação. O Presidente da República é o garante do respeito pela Constituição da República, cabendo-lhe não só cumpri-la, como fazê-la cumprir e a Escola Pública é um dos mais importantes pilares da democracia portuguesa, constituindo um dos desígnios constitucionais. Porém, apesar disso, não são raras as vezes em que tem sido pouco valorizada e mesmo desvalorizada. O respeito pela Escola Pública, onde, obviamente, se incluem os seus profissionais, é um dever democrático, pois esta constitui um dos principais fatores e motores de progresso e desenvolvimento da nossa sociedade.
Nesse sentido, a FENPROF considera de grande importância reunir com os candidatos presidenciais que, defendendo a Constituição da República, defendem uma Escola Pública de qualidade para todos/as, inclusiva e gratuita, que conte com profissionais devidamente reconhecidos, valorizados e respeitados. Estes encontros com os candidatos às eleições presidenciais de janeiro de 2021, têm como objetivo atualizar informação e expor os problemas vividos na Educação, assegurando que a Escola Pública, a Educação e os seus profissionais ganham um espaço importante nesta campanha eleitoral, explica o Secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira.
No dia 8 de janeiro (sexta-feira), pelas 12 horas, a FENPROF reúne com a candidata Marisa Matias e, a 12 de janeiro (terça-feira), pelas 10:30 horas, com Ana Gomes.