Nacional
ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE DESGASTE NA PROFISSÃO

Intervenções e outras informações

06 de julho, 2018

Raquel Varela afirmou que a ideia do estudo do burnout, saíu reforçada por existir um inquérito validado, porque se verificou que há uma semelhança na análise de cada uma das pessoas e a resposta subjectiva ao inquérito. Para a equipa de investigadores era fundamental explicar porque é que os professores sentem o que sentem em relação à sua profissão. Permitiu chegar a conclusões muito interessantes.
 

António Coimbra de Matos - Psiquiatra

Henrique Silveira Oliveira - Matemático, responsável pelo tratamento dos dados

Roberto Leher - Reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mário Nogueira - Secretário-Geral da FENPROF

75% dos professores apresentam desgaste profissional.
48% dos professores apresentam sinais preocupantes de desgaste profissional.

A classe docente é uma classe doente.
84% deseja aposentar-se antecipadamente; este problema social é revelador de falta de motivação no trabalho.

Não é um problema individual, mas sim de organização do trabalho. 
27,3% dos professores apresentam sinais críticos ou extremos de desgaste emocional.

Há uma ligação directa entre o índice de burnout e a idade. Aumenta significativamente a partir de 55 anos de idade.

A síndrome de burnout consiste na dissociação das expectativas com a realidade. Isto pode acontecer mais com os mais velhos, pois os mais novos não vivem esta dissociação. Nestes, a expectativa aproxima-se mais da realidade do que com aqueles que vivenciaram a escola democrática, a gestão democrática, tiveram mais autonomia e foram mais compensados, antes, com o seu trabalho.

Os professores avaliam, na quase a totalidade a burocracia como responsável pelo mau estar docente. Factor extremamente negativo para a realização do trabalho na educação.

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O professor consegue não deixar de responder à sua função. Quando se está numa posição de relação com os outros, quem está numa posição hierárquica superior, tem mais responsabilidade não devendo poder submeter-se àqueles que “lidera”. Os professores sofrem desta contradição em relação aos seus alunos, o que é factor significativo de burnout.

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