Na actividade sindical docente é fundamental investir na informação como uma área central do nosso trabalho.
A informação e a comunicação, de um modo geral, são fenómenos de importância capital em sociedades onde os conhecimentos e os padrões de vida evoluem a um ritmo cada vez mais acelerado e onde a confrontação ideológica se processa de forma intensa.
Às vezes não nos apercebemos que somos permanentemente pressionados, orientados e formados por uma informação que actua sobre nós e que a informação é um instrumento poderoso, capaz de influenciar e conduzir as pessoas e os povos.
A nossa luta é tão importante, que devemos assumir a informação como parte integrante da nossa luta.
A nossa luta é também uma luta:
-pela democratização da informação. Esta luta é componente essencial da democratização do país e da garantia da nossa independência (mesmo num quadro restrito do que significa hoje independência nacional).
A eficácia da acção sindical dos professores depende significativamente da forma como se processa a comunicação em geral.
Não basta considerar a realidade.
É fundamental analisar os fenómenos e todas as suas implicações e, a partir desta análise, encontrar as respostas para a acção e para uma intervenção eficaz no campo da informação e propaganda.
Compete-nos a todos, responsáveis sindicais, todos nós, agir nesta frente com uma atenção proporcional à sua importância.
Nesta batalha por uma informação verdadeira e por uma informação de intervenção social que una e mobilize os professores e os educadores, já contamos com meios mais sofisticados quer de equipamentos, quer materiais ou de recursos humanos, indubitavelmente melhores e em maior número do que há 12 anos atrás, quando a FENPROF e os seus Sindicatos transformavam esta frente numa verdadeira prioridade.
Mas há muito mais a fazer, bastando, para tal, que a vontade se sobreponha às dúvidas sobre a oportunidade de intervir, seja na estrutura sindical, seja na escola, no local de trabalho.
QUAIS SÃO OS MEIOS DE QUE DISPOMOS PARA INFORMAR E AGITAR AS MASSAS DE TRABALHADORES QUE DIRIGIMOS?
Saliento apenas alguns: as reuniões sindicais, as assembleias de delegados sindicais, as manifestações gerais e os plenários, os colóquios e os seminários, os encontros e as concentrações, os espectáculos e as exposições. Todos são exemplos de espaços onde a acção da informação e da propaganda é determinante. São excelentes instrumentos de propaganda e exigem de todos nós o nosso envolvimento permanente. Ou seja, o contacto directo com os trabalhadores e a participação activa dos dirigentes nas iniciativas sindicais são os meios mais capazes de influenciar, internamente à profissão, a luta dos trabalhadores e a sua intervenção social.
Os cartazes, os folhetos, os volantes, os jornais e as revistas são apenas auxiliares. Importantes? Mas apenas auxiliares?
Tenhamos agora presente que:
- aprendemos 11% escutando;
- 83%, vendo;
- lembramos 20% do que ouvimos, 50% do que ouvimos e vemos e 90% do que executamos.
Por este motivo a eficácia da informação sindical exige:
- planificação da acção nesta frente;
- conjugação dos vários níveis de actuação
- e, como é claro, envolvimento na acção.
A informação não substitui a organização nem dá vida ao movimento sindical.
De que nos serve produzir informação para os delegados sindicais se não os tivermos?
De que serve tê-los se não os reunirmos?
De que serve reunirmos os delegados sindicais se não os escutarmos? Ou se não tivermos nada para lhes dizer?
Mas, o mesmo se passa a nível da escola:
De que serve aos professores terem delegados sindicais se estes não tiverem uma acção coordenada com os seus colegas?
Essa capacidade de lutar, a acção unida, persistente e determinada dos professores, essa consciencialização dos professores terá de ser feita por todos nós.
Colegas,
Assumirmo-nos como actores solidários de uma escola democrática e transformadores desta realidade é tarefa central do activista sindical. Assumamos que a construção de uma sociedade justa depende, também, de em cada escola, em cada local de trabalho fazermos a batalha da informação sindical.
VIVAM OS PROFESSORES, O 8.º CONGRESSO E A FENPROF!
VIVAM OS QUE NÃO DESISTEM DE DAR ROSTO AO FUTURO!