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Humor e criatividade ao serviço da luta e do protesto

22 de março, 2011

O humor e a criatividade estiveram, na passada terça-feira, 22 de Março, ao serviço da luta dos professores na primeira de quatro acções da FENPROF, à porta do ME. Trata-se de um ciclo de iniciativas de denúncia e protesto contra a política educativa do actual Governo que não só desvaloriza a situação sócio-profissional dos docentes e as condições em que exercem a profissão, como gera constrangimentos crescentes à capacidade de organização e funcionamento das escolas, numa política que tem como pano de fundo o ataque à escola pública.

E foi exactamente a situação sócio-profissional dos docentes o tema desta primeira acção, dinamizada pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC). A precariedade (crescente), os concursos (suspensos), o ingresso (impedido) na profissão e na carreira, a carreira (congelada), o salário (reduzido) e a aposentação (agravada)... (que mais irá acontecer?!)... foram matérias tratadas com muita imaginação na Av. 5 de Outubro.

"Sócrates" falou às massas...

E nem um “Sócrates” engravatado mas de barrete de cozinheiro (“acabei de chegar de um cozinhado com a senhora Merkl...”), - que fez uma intervenção às massas, mas sempre a pensar na massa... -   nem  um professor congelado numa arca, faltaram nesta concentração, que teve impacto junto dos cidadãos e que mereceu o acompanhamento de vários profissionais da comunicação social.

Muito fotografado foi também o "castelo de cartas" de 12 figuras com responsabilidades na situação que se vive na escola e que acabou por ruir, simbolizando-se, assim, o repúdio generalizados dos professores pelas políticas de desastre na educação.

Unidade

Animação sonora e manifs simuladas marcaram ainda esta primeira acção na 5 de Outubro, que teve ainda um espaço para recolha de assinaturas de apoio ao Manifesto "Investir na Educação, Defender a Escola Pública".

Foi também aprovada uma moção que destaca, entre outros aspectos, o papel da unidade e da convergência dos portugueses em torno da defesa da escola pública para todos, de qualidade e inclusiva, e do reforço da unidade e mobilização dos docentes em defesa da profissão.

No comunicado dirigido à população, distribuído durante esta acção na 5 de Outubro, o SPRC sublinha que os professores exigem "uma educação de qualidade para todos, que garanta a elevação dos níveis de efectiva escolaridade a todos os portugueses, elimine o flagelo do analfabetismo, promova a inclusão e a formação geral dos cidadãos e seja motor de desenvolvimento do país".

Breves intervenções de M. Nogueira
e Anabela Sotaia

Luis Lobo, da Direcção do SPRC, apresentou a iniciativa e deu a palavra ao Secretário Geral da FENPROF e Coordenador do SPRC, que sintetizou os objectivos das quatro acções previstas naquele espaço e alertou para a situação dos docentes, em particular para a instabilidade e a precariedade profissional, que atinge já 30 por cento na educação (um exemplo bem expressivo: “os mais de 15 000 professores das AECs são trabalhadores precários!”). Alertou ainda para as orientações dos PECs e as suas consequências no sector da educação.

As consequências do encerramento cego de escolas e da imposição dos mega-agrupamentos foram abordadas na curta intervenção de Mário Nogueira, que sublinhou ainda a crescente onda nacional de apoio à Marcha pela Educação, em 2 de Abril, garantindo “Avenida cheia”.Anabela Sotaia, Coordenadora Adjunta da Direcção do SPRC, também se dirigiu aos presentes.

Professores regressam à 5 de Outubro
na quinta-feira

A reportagem fotográfica mostra a dinâmica e a vivacidade desta acção à porta do ME. A segunda está marcada já para 24 de Março  (quinta-feira). Em foco estarão a rede escolar e a gestão dos agrupamentos e escolas. Serão divulgados dados referentes à constituição de 84 mega-agrupamentos em 2009/2010 e perspectivas para o próximo ano. Esta iniciativa será dinamizada pelo Sindicato dos Professores do Norte (SPN). / JPO

Todos os pormenores em www.sprc.pt