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FENPROF repudia e apresenta queixa sobre declarações de Helena Garrido

27 de janeiro, 2023

Hoje, 27 de janeiro de 2023, na sua crónica habitual antes do noticiário das 9:00 horas, Helena Garrido pronunciou-se sobre a luta dos professores e a sua importância.

Exortando o papel dos professores nas sociedades, elementos estruturantes do desenvolvimento económico e social dos países, a cronista entendeu integrar na sua análise um ataque sem igual à FENPROF, reconhecidamente a maior e mais representativa organização sindical de docentes e investigadores.

Na sua comunicação, Helena Garrido dirige um conjunto de acusações que põem em causa a honra e o bom nome da Federação Nacional dos Professores, qualificando-a como cúmplice das políticas que estão a degradar a qualidade e o papel insubstituível da Escola Pública, designadamente nos períodos em que governava Maria de Lurdes Rodrigues, Isabel Alçada, Nuno Crato ou Tiago Brandão Rodrigues e, particularmente, do período classificado como sendo o da “geringonça”, no qual considera que a FENPROF se limitou a pronunciar-se e a intervir sobre questões de ordem salarial.

A FENPROF pautou sempre a sua atuação pela defesa das condições de funcionamento das escolas e da melhoria das condições profissionais dos docentes, com propostas e iniciativas que viabilizassem a resolução dos problemas, no estrito cumprimento dos seus direitos legais, fundamentando-as e nos prazos necessários para a sua inclusão nos Orçamentos do Estado anuais, tendo em conta que essa melhoria de condições é indissociável da melhoria da qualidade de ensino.

Mas a FENPROF não se limita a intervir no plano socioprofissional, procurando, junto dos órgãos de soberania e dos parceiros educativos, obter as disponibilidades para alterar algumas das condições que afetam, sobremaneira, a Escola Pública, de que são exemplos: a denúncia dos riscos da falta de professores (no que foi pioneira) e por essa via da degradação das condições científico-pedagógicas necessárias ao bom exercício desta profissão e à qualidade da educação, ou o apoio aos professores e às escolas durante a pandemia por COVID19, tendo editado e distribuído massivamente, um manual de procedimentos.

Foi, aliás, precisamente, no período da “geringonça” que a FENPROF, por força da sua ação pública, mobilizando os docentes para uma forte luta, e institucional, intervindo junto da Assembleia da República, provocou a maior crise política dos últimos 10 anos. Crise essa que levou o primeiro ministro António Costa a fazer chantagem sobre, designadamente, o PPD-PSD e o CDS-PP, ameaçando demitir-se e fazer cair o governo, caso o parlamento, como tudo indicava, garantisse o direito dos docentes à contagem integral do seu tempo de serviço que governos do Partido Socialista e do PSD/CDS tinham congelado.

Estamos em crer que Helena Garrido não ignora esta realidade porque sempre criticou a FENPROF, ora porque fazia, ora porque não fazia. Não será precisamente essa atitude assertiva e ativa da FENPROF, de permanente intervenção social em diversos planos, que levou, leva e levará Helena Garrido a, de tempos a tempos, referir-se à FENPROF para a atacar...?

Perante esta atitude inadmissível de quem tem um espaço privilegiado no canal informativo público de rádio, a FENPROF defende que, para além de um indispensável pedido de desculpas, seja garantido o exercício do direito de resposta de forma a repor a verdade e o bom nome desta organização sindical.

 

Lisboa, 27 de janeiro de 2023

O Secretariado Nacional da FENPROF