Nacional

FENPROF DEFENDE ELEIÇÕES ANTECIPADAS

07 de outubro, 2004

 A política desenvolvida pelo Governo PSD-PP, consubstanciando a mais violenta ofensiva contra os direitos dos trabalhadores jamais levada a cabo depois de Abril de 1974, a par do desenvolvimento de um projecto neoliberal cegamente dirigido a pilares essenciais da nossa construção democrática, de que se destacam a saúde, a educação e a segurança social, foi sempre firmemente combatida pelo movimento sindical português, através de uma linha de resistência activa a essa ofensiva e do apontar de caminhos em termos políticos.

Em verdade, coube ao movimento sindical organizado em torno da CGTP-IN e, no caso concreto da educação, aos sindicatos que constituem a FENPROF, uma parte substancial da árdua tarefa de enfrentar uma maioria de direita determinada, obstinada quanto aos seus objectivos, e autoritária nos métodos com que procurou desenvolver e instalar a sua estratégia, usando o poder conjuntural de que desfruta como se de um legado intocável e inatacável se tratasse.

Esta situação faz com que a instabilidade política que se vive nestes dias, por força da demissão do 1º Ministro e da consequente queda do Governo a que presidia, se venha a acrescentar à instabilidade social, forte e crescente, que se instalou progressivamente na sociedade portuguesa, especialmente no mundo do trabalho, e que hoje alimenta o caldo da cultura da insatisfação e da indignação do povo português perante tal política, como ficou evidente na impiedosa derrota eleitoral que infligiu à direita coligada nas últimas eleições para o Parlamento Europeu.

Tendo a crise política actual sido gerada pela aceitação do primeiro-ministro do cargo de Presidente da Comissão Europeia para que foi indigitado, no que constitui uma autêntica ?fuga? para a Europa mas também fuga às suas responsabilidades próprias na degradação da situação política, económica e social para onde atirou o povo português, o Secretariado Nacional da FENPROF entende que não há qualquer legitimidade política na tentativa de substituir um péssimo governo de direita por outro governo de direita não sufragado pelo povo português, pelo que defende que a única solução com verdadeira legitimidade democrática para ultrapassar esta situação é consultar de novo o eleitorado através da realização de eleições legislativas antecipadas.