Os sindicatos franceses que se opõem ao Contrato de Primeiro Emprego (CPE) exigiram hoje a anulação da nova lei laboral até ao início das férias parlamentares em França, que começam no próximo dia 17.
O Partido Socialista francês solicitou também a anulação da lei que institui o CPE, avançando igualmente o dia 17 de Abril como data limite.
Antes do início das conversações com o Governo, 12 sindicatos e várias associações de estudantes publicaram uma declaração comum em forma de ultimato.
Os sindicatos e as associações de estudantes condicionam o avanço das negociações sobre o emprego e a formação dos jovens - uma proposta do Presidente francês, Jacques Chirac - a uma votação que anule a lei antes das férias parlamentares.
Aquelas organizações declaram-se, desde já, "prontas, perante a falta de uma decisão rápida de anulação do CPE, a decidir uma nova vaga de forte mobilização, sem excluir nenhum meio de acção".
AFP, 5/04/2006
Manifestações em todo o País
Centenas de milhares de pessoas manifestaram-se (4/04/2006) em várias cidades de França contra o polémico Contrato de Primeiro Emprego, numa nova jornada de protestos em que os organizadores esperam mobilizar mais de um milhão de pessoas.
"Esta mobilização é comparável à de 28 de Março", declarou à imprensa Bernard Thibault, secretário-geral do principal sindicato francês, a CGT.
Em contrapartida, é sensivelmente inferior o número de grevistas nos transportes e na função pública, apesar de a emblemática Torre Eiffel ter voltado a encerrar.
Os sindicatos pretendem fazer dos protestos de hoje uma demonstração de força com vista às negociações com o Governo.
Em Marselha (a segunda maior cidade francesa), 250 mil pessoas desfilaram de manhã.
Em Nantes, entre 52 mil pessoas, segundo a polícia, e 75 mil, segundo os organizadores, manifestaram-se pacificamente, em número superior ao de há uma semana (entre 42 mil e 70 mil, segundo a polícia e os organizadores, respectivamente).
Em Grenoble, a manifestação juntou 28 mil pessoas, segundo a polícia, ou 60 mil, segundo os sindicatos, o que faz deste protesto o segundo maior de sempre na cidade nos últimos 30 anos.
Em Reims, entre cinco mil e 16 mil pessoas participaram na manifestação, um número comparável ao da terça-feira passada.
Em Nice, o número de participantes foi de entre 9500 e 25 mil, superior ao registado na semana passada.
Na sexta-feira da semana passada, o Presidente francês anunciou a sua decisão de promulgar o CPE, mas ordenou que a lei seja alterada nos seus pontos mais controversos.
O primeiro-ministro repetiu ontem que não vai ceder nos dois pontos em questão: a ausência de justificação para o despedimento e os dois anos de período de experiência, durante os quais os jovens com menos de 26 anos de idade podem ser despedidos sem justa causa.
Lusa, 4/04/2006