Nacional
ME foge ao diálogo, queixam-se os conselhos executivos

Conservatórios de música exigem reforma do ensino no sector

20 de fevereiro, 2006

Os conservatórios de música reclamaram (15/02/2006) uma reforma do ensino daquela área, queixando-se de falta de diálogo com o Ministério da Educação em questões como o estatuto dos docentes ou a revisão curricular do ensino musical.

Em conferência de imprensa na escola de música do Conservatório Nacional, em Lisboa, os conselhos executivos das seis escolas de ensino público especializado de música lamentaram o cancelamento de uma reunião que esteve prevista para  com a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, por motivos de agenda da governante.

Esta reunião, que consideraram urgente, servirá para reclamarem a publicação de um projecto de decreto-lei que regula o estatuto e recrutamento dos docentes do ensino de música.

Os conservatórios exigem ainda que recomece o diálogo com o ministério sobre a revisão curricular do ensino da música, cujas escolas se regem com legislação com décadas, uma reforma "prevista, em diploma legal, para o ano de 2007/2008".

Os representantes das escolas de música de Lisboa, Porto, Coimbra, Braga e Aveiro lembraram que estas queixas não são de agora e reivindicaram a criação de uma direcção-geral para o ensino da música, que faça uma ligação entre os estabelecimentos de ensino e a tutela.

António Wagner Diniz, da Escola da Música do Conservatório Nacional, frisou a "dificuldade de diálogo" com o Ministério, afirmando que as direcções das escolas "sempre quiseram e promoveram o diálogo, no interesse de todos", e desde Setembro, pelo menos, que pedem audiências com a actual titular da Educação.

Manuel Rocha, do Conservatório de Coimbra, considerou que tratar das questões levantadas "não pode ficar para amanhã", uma vez que desde 2001 que não se avançou nada na legislação para o sector.

Embora também tenham focado os problemas das instalações das escolas, as direcções dos Conservatórios salientam que "o problema não acaba aí", considerando que é urgente uma intervenção de fundo no sector.

Porém, nomearam a "necessidade urgente" de um novo espaço para os Conservatórios do Porto, Coimbra, Instituto Gregoriano de Lisboa e obras na Escola de Música do Conservatório Nacional.

Lusa, 15/02/2006