Qualquer governo que acredite que, por ter uma maioria absoluta no parlamento que o sustenta, pode, em nome de uma pretensa determinação política, apresentar, aprovar e executar medidas avulsas e à margem de qualquer fundamentação pedagógica sólida sem contar com os actores fundamentais em matéria educativa, estará a prosseguir por caminhos tortuosos e frágeis. Paulo Sucena, secretário-geral da FENPROF, considerou mesmo "lamentável que a senhora ministra fale de uma questão tão importante como é o caso da Matemática sem ouvir os professores e as suas organizações representativas, sem considerar as suas implicações curriculares e a nível dos recursos humanos, físicos e materiais, sem, portanto, fundamentar pedagógica e cientificamente as suas opções". A FENPROF apresentou aos órgãos de comunicação social, às 11.30 horas um dossier entregue às 10.00 horas no Ministério da Educação. O secretário-geral da FENPROF entendeu enfatizar este facto para poder afirmar que este é um comportamento diferente daquele que a Ministra decidiu adoptar. Ou seja, "a FENPROF não torna públicas quaisquer propostas ou soluções, das quais não tenha já, antecipadamente, dado conhecimento aos responsáveis políticos do Ministério da Educação". Trata-se de um dossier de questões cuja resolução deve ter carácter prioritário e corresponde a um compromisso assumido pela FENPROF na reunião de 18 de Abril com a responsável da pasta da Educação e que é cumprido 10 dias depois da referida reunião. DOSSIER DE QUESTÕES NEGOCIAIS DE CARÁCTER PRIORITÁRIO
O dossier de questões negociais prioritárias que a FENPROF elaborou para entregar no Ministério da Educação aborda os seguintes aspectos: A - Duas medidas de grande urgência
1.1.- Suspensão dos exames previstos para o 9.º ano de escolaridade; 1.2.- Regularização do calendário escolar da Educação Pré-Escolar. C - OUTRAS QUESTÕES1. Estabilidade de emprego e profissional dos docentes 1.1.- Concursos para o ano 2005-2006: necessidade de serem esclarecidos e uniformizados aspectos do concurso; 1.2.- Acesso à profissionalização de docentes com habilitação própria: necessidade de esclarecimento da legislação e alargamento do seu grau de abrangência; 1.3.- Necessidade de revisão da legislação sobre definição dos grupos de docência e respectivas habilitações; 1.4.- Integração nos quadros dos docentes de Técnicas Especiais; 1.5.- Resolução da situação profissional dos docentes de Educação Física, vinculados, com habilitação suficiente; 1.6.- Criação de condições para o complemento de formação de todos os professores e educadores portadores do grau académico de bacharelato. 4. Necessidade de avaliação e restruturação do actual sistema de Ensino Recorrente. 5. Resolução dos problemas habilitacionais e de carreira dos docentes das escolas de Ensino Artístico. |