A CGTP quer trazer para o centro da agenda política os problemas concretos dos trabalhadores, como o crescimento do desemprego, as falências ou a rápida caducidade dos contratos colectivos de trabalho. Desta vez, para além de tentar alertar políticos e entidades patronais, a central sindical organizou uma semana com mais de 50 acções por todo o País que colocam no centro os trabalhadores e seus problemas concretos. A Semana de Convergência de Lutas teve início a 12 (segunda-feira) e é uma forma de protesto contra a política social e laboral do Governo.
Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP-IN, apelou a uma mudança perante o aumento de contradições do Governo e a sucessão de políticas de apoio social que não têm trazido desenvolvimento económico ao País.
Numa altura em que os trabalhadores são responsabilizados pela falta de produtividade e competitividade, Carvalho da Silva criticou a falta de fiscalização e de atitude crítica perante o Plano Tecnológico, já que não se sabe "se está ou não ajustado". Apesar de ser importante, "tem de ser conjugado com respostas ao défice e a lacunas em campos fundamentais", salientou.
Factor essencial para a CGTP-IN é a política de formação profissional que ficará lesada com o novo acordo financeiro da UE. "O país precisa de saber que está a perder os fundos que tinha até hoje."
Carvalho da Silva avançou em conferência de imprensa que a CGTP tenciona "avançar um alerta para o Presidente da República", por terem sido feitas alterações inconstitucionais - e lesivas para os direitos dos trabalhadores - ao Código do Trabalho, nomeadamente em relação à sobrevigência do contrato colectivo de trabalho.
Os salários continuam a estar no centro do debate para a central sindical, juntamente com o débil acesso à Justiça por parte dos trabalhadores e a destruição do vínculo laboral na administração pública. Por essa razão, defendeu a central sindical, é "fundamental criar um conjunto de iniciativas que tragam debate a estas matérias".
Na quinta-feira, a CGTP vai reunir-se com o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, para discutir a temática do subsídio de desemprego.
13/12/2005
Plenário distrital com deslocação, em cordão humano, até ao Governo Civil da Guarda; concentração e protesto em Faro; concentração dos trabalhadores da Administração Local, em greve de 24 horas, junto à Câmara do Porto, em defesa dos direitos fundamentais dos trabalhadores, nomeadamente a aposentação e carreiras; e concentração dos trabalhadores da Brisa perto de Amarante.
14/12/2005
Plenário de sindicatos na sede da União dos Sindicatos de Bragança; concentração e deslocação do Governo Civil de Setúbal; Dia do Desemprego entre as 11.00 e as 13.00 na Praça da Liberdade, no Porto. Para além de uma conferência de imprensa, serão distribuídos documentos à população; e nova greve geral de 24 horas da Administração Local.
15/12/2005
Arruada às 16.00 no Largo do Chiado com a presença de dirigentes e activistas contra o aumento do custo de vida e por uma melhor distribuição da riqueza; Tribuna da Indignação na Praça da Liberdade (Porto) às 15.00; plenário de professores em Portalegre; vigília de activista sindicais junto ao Ministério da Defesa, para exigir respostas às reivindicações dos trabalhadores.
16/12/2005
Plenário distrital na sede da União de Sindicatos de Vila Real, às 14.30 horas; acções de mobilização e sensibilização da população em Beja e Tomar; concentração de dirigentes, delegados e activistas sindicais junto ao Tribunal Cível de Coimbra, pelo acesso dos trabalhadores à assistência judiciária na Justiça.
17/12/2005 (Sábado)
Acção em Aveiro junto da população; acção de esclarecimento sobre "as prendas que o Governo nos deu".
DN, 13/12/2005